O Congresso Nacional trabalha para aumentar o número de deputados na Câmara Federal, e já tramita proposta sobre a situação nas comissões pertinentes. E não há dúvida de que o mais importante, mas também o mais ineficiente Congresso, que não legisla como determina a Constituição Federal, em breve vai custar muito mais que os R$ 10,8 bilhões (cerca de R$ 3,2 bilhões/mês) por ano, gastos de recursos públicos para manter a infraestrutura nababesca dos nossos políticos federais, onde estão inclusos senadores, deputados e servidores.
Rondônia tem hoje oito dos 513 deputados federais. A proposta é elevar para 527, com mais 14 parlamentares, com um custo adicional orçado em cerca de R$ 46 milhões por ano. Caso a proposta seja aprovada antes de outubro, ou seja, um ano antes das eleições de 2026, o Senado terá mais 14 membros a partir de janeiro de 2027.
Aprovada ou não a proposta de aumento de mais 14 deputados na Câmara Federal, nada mudará em Rondônia, pois o Estado continuará com oito parlamentares. Existe enorme expectativa sobre a futura composição do grupo que estará no Congresso Nacional após as eleições gerais (presidente da República, governadores e respectivos vices; dois dos três senadores de cada Estado e do Distrito Federal, Câmara Federal e Assembleias Legislativas) de outubro do próximo ano.
O deputado federal mais bem votado de Rondônia (85.596 votos) nas eleições de 2022 foi Fernando Máximo (União). Ele não pretende concorrer à reeleição e já formata uma candidatura ao Governo do Estado e, numa segunda hipótese, à uma das duas vagas ao Senado. Tem muitas chances em ambos os projetos, mas deverá mudar de partido.
Também estaria fora de mais uma reeleição a deputada federal Sílvia Cristina, nome de enorme participação popular e muito citado para concorrer a uma das duas vagas ao Senado. Sílvia realiza um trabalho dos mais elogiáveis em favor da saúde pública, com ações sociais de relevância como a construção e o aparelhamento dos Centros de Reabilitação em parceria com o Hospital de Câncer em Porto Velho, Ji-Paraná e Vilhena. Dificilmente deixará de ocupar uma das duas vagas.
Dois federais estão com as reeleições asseguradas em 2026 à Câmara Federal: Maurício Carvalho (União) e Lúcio Mosquini, do MDB. Ambos estão bem alicerçados em suas bases eleitorais, item fundamental para quem concorre a deputado federal. Parcerias com lideranças estaduais, como prefeitos e vereadores, são fundamentais na eleição de um parlamentar federal.
Maurício Carvalho foi vereador e vice-prefeito em Porto Velho. Em 2022, se elegeu deputado federal e renunciou ao cargo de vice-prefeito para assumir o mandato na Câmara Federal.
Mosquini está deixando a presidência do MDB e deverá ter nova sigla partidária na próxima janela eleitoral. Está no terceiro mandato consecutivo e já passou pelo comando do DER em Rondônia, antes de sua caminhada rumo à Câmara Federal.
No segundo mandato consecutivo, o coronel Chrisóstomo Moura (PL) trabalha por mais uma reeleição em 2026. É um parlamentar de extrema direita e tem seu espaço político junto ao segmento.
Thiago Flores (Republicanos) tem como domicílio eleitoral Ariquemes e está na primeira legislatura. Já foi prefeito de seu município e é muito bem cotado para conseguir mais um mandato. Trabalha bem em suas bases eleitorais e tem se destacado no apoio ao Governo do Estado e a prefeitos.
A ex-vereadora de Porto Velho, deputada federal Cristiane Lopes (União), é uma interrogação quanto à possibilidade de conseguir a reeleição. Recentemente teve problemas pessoais e, até as eleições de 2026, deverá se definir sobre a possibilidade de concorrer a um novo mandato.
Eleito com pouco mais de 12 mil votos, Eurípedes Lebrão (União) não deverá tentar um novo mandato. Foi eleito com as sobras eleitorais, mas, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aplicar novas regras sobre as chamadas “sobras eleitorais” nas eleições de 2022. A lei passou a exigir que partidos e candidatos tivessem uma votação mínima para participar dessa distribuição das sobras. Poderá perder o mandato.
Além dos nomes dos deputados que disputarão a reeleição e outros cargos políticos, temos outras lideranças já consolidadas que deverão buscar vagas à Câmara Federal em 2026, todos considerados políticos de enorme potencial eleitoral conforme desempenhos em eleições anteriores.
Na lista de oito nomes, temos quatro que já foram deputados federais. Alguns com amplos currículos eleitorais, com passagens em outros cargos, inclusive executivos.
Valdir Raupp, por exemplo, já foi vereador e prefeito de Rolim de Moura, governador e senador. Ele está fora da política regional desde 2018, quando não conseguiu se reeleger a mais um mandato no Senado. Recentemente disse à imprensa que, até o final deste mês de abril, decidirá sobre uma candidatura à Câmara Federal.
Quem também tem um currículo extenso é Ernandes Amorim, com domicílio eleitoral em Ariquemes. Já foi prefeito e vereador mais de uma vez, deputado estadual, federal e senador. Só não foi governador, embora tenha tentado mais de uma vez.
Expedito Júnior foi eleito o deputado federal mais jovem do Brasil. Passou pela Câmara de Vereadores de Rolim de Moura, Câmara Federal e Senado. É considerado um dos mais experientes articuladores políticos do Estado.
E a lista prossegue com Fátima Cleide, que passou pelo Senado com uma ampla folha de bons serviços prestados. Foi senadora por um mandato e deverá concorrer a deputada federal no próximo ano. Fátima é um dos nomes expressivos do PT no Estado.
Ex-militante e uma das lideranças do PT, prefeito de Porto Velho por dois mandatos seguidos, Roberto Sobrinho estaria se preparando para concorrer a deputado federal no próximo ano. Recentemente deixou o PT, foi denunciado em mais de 40 processos e, até agora (abril), foi inocentado em 38. Os demais devem seguir o mesmo caminho. Sobrinho é sempre citado como um dos postulantes à Câmara Federal. Resta saber por qual partido.
Outra liderança regional é o ex-deputado federal e estadual, ex-presidente do INSS, Amir Lando. É uma das lideranças políticas de Rondônia e marcou época na colonização do Estado, quando era advogado do Incra. Amir está na lista de nomes em condições de concorrer à Câmara Federal.
Temos, ainda, o deputado estadual Ezequiel Neiva, que estaria trabalhando para concorrer a deputado federal. Tem forte base eleitoral na Região do Cone Sul, tem três mandatos de deputado estadual e estaria disposto a subir para o Congresso Nacional a partir de 2027.
O Cone Sul tem mais um candidato considerado bom de voto para a Câmara Federal: o ex-deputado federal Natan Donadon, de família tradicional na região. Ele está se preparando para fechar dobradinha com a cunhada, a deputada estadual Rosângela Donadon (União), que está no terceiro mandato consecutivo.
Com tantos nomes em condições de concorrer com chances de sucesso à Câmara Federal e, como são somente oito cadeiras, faltarão vagas para abrigar a futura bancada da Câmara Federal de Rondônia.