Direção da Aprosoja denuncia cartel da Moratória da Soja na Assembleia de Rondônia

Indústrias têm pacto para não comprar soja de áreas de desmate na Amazônia, mesmo sendo legais

Porto Velho, RO – A Comissão de Agropecuária e Políticas Rurais da Assembleia Legislativa (Ale) esteve reunida na tarde de ontem (25) com participação de representantes da Aprosoja para discutir a situação dos produtores, após a criação da Moratória da Soja, que penaliza os produtores do Estado. A reunião foi comandada pelo presidente, deputado Luiz do Hospital (MDB-Jaru), e serviu como um pedido de SOS dos produtores devido à ação de cartelização na compra da soja produzida em Rondônia e nos demais Estados da Amazônia Legal.

Após abrir a reunião, o deputado Luiz do Hospital, que preside a comissão, convidou o representante da Aprosoja, Marcelo da Silva, para explicar a situação preocupante com a decisão de países europeus, que teriam montado um cartel, através de empresas multinacionais, para não comprar soja de regiões onde ocorreram desmatamento, “mesmo que sejam os 20% permitidos por lei e que a terra esteja legalizada, após 2009”.

A princípio, o maior prejudicado seria o produtor, porque não teria a quem vender, pois Rondônia não tem indústrias de processamento de óleo de soja, por exemplo, o grão de maior produção no Estado. Mas os empresários, comerciantes, profissionais liberais, Governo do Estado, prefeituras também seriam afetados, pois não teriam a quem vender a produção, que a cada ano ganha maior destaque. A economia regional ficará inviável.

Hoje, a soja está sendo controlada por empresas multinacionais, que são subsidiadas pelo governo brasileiro com uma série de benefícios fiscais e tributários. O País tem o seu Código Florestal, que está sendo ignorado. As empresas estrangeiras estão ditando normas, como nos tempos dos donatários com a Moratória Multinacional.

Rondônia é um Estado com produção crescente de grãos, soja e milho, assim como a pecuária, que também exporta a maioria da produção. E certamente serão os futuros alvos, além do leite e do algodão. Marcelo da Aprosoja declarou que está “pedindo socorro, pois a situação é de desespero e peço aos deputados que tratem o assunto com o maior carinho”.

É fundamental que a mobilização para colocar um fim na Moratória da Soja seja acelerada. É necessário garantir a viabilidade da produção, hoje, da soja, mas se o ritmo continuar o mesmo, amanhã será o leite, o café, o algodão, o milho e a pecuária.

Essas multinacionais integrantes do grupo que impõe a Moratória da Soja devem ser questionadas e as devidas providências precisam ser tomadas o mais rápido possível, pois o segmento, hoje, devido à cartelização, está em suas mãos.

A Moratória da Soja é encabeçada por um cartel firmado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). A determinação é não comercializar soja da Amazônia Legal, apesar de a região estar enquadrada na Lei Ambiental Federal de permissão de desmate de 20% desde que 80% estejam preservados.

 

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