Desmatamento em Rondônia apresenta redução significativa no primeiro quadrimestre de 2024

Mesmo com a redução no desmatamento, estado ainda enfrenta desafios ambientais na Amazônia Legal
Desmatamento em Rondônia apresenta redução significativa no primeiro quadrimestre de 2024

Segundo dados do Imazon, Rondônia apresentou uma redução significativa no desmatamento no primeiro quadrimestre de 2024. O estado registrou uma diminuição de 73% no desmatamento comparado ao mesmo período de 2023. Apesar dessa redução, Rondônia ainda é o quinto estado com maior número de desmatamento na Amazônia Legal, correspondendo a 6% do total identificado.

No primeiro quadrimestre de 2023, Rondônia acumulou 113 km² de desmatamento, enquanto em 2024 esse número caiu para 30 km². Esta diminuição é um reflexo de esforços de fiscalização e controle ambiental, porém, o desafio de manter a floresta em pé persiste.

Embora o desmatamento, que é a remoção total da vegetação, tenha diminuído, outro tipo de dano ambiental, a degradação florestal, tem aumentado na Amazônia. A degradação florestal é causada principalmente pelo fogo ou pela extração seletiva de madeira. Em Roraima, as queimadas fizeram com que a área de floresta degradada fosse a maior dos últimos 15 anos no primeiro quadrimestre, segundo o monitoramento por imagens de satélite do Imazon.

Em abril de 2024, foram identificados 693 km² de degradação em Roraima, equivalente ao tamanho de Salvador. Em março, o dano foi ainda maior, com 2.120 km² de degradação florestal, uma área maior do que a cidade de São Paulo. Nos primeiros quatro meses do ano, Roraima foi responsável por 99% da degradação florestal detectada na Amazônia, com 2.846 km² degradados. Este é o maior índice desde 2009, quando o Imazon começou a monitorar a degradação além do desmatamento.

“É crucial que os governos federal e estaduais intensifiquem o combate à derrubada da floresta e realizem ações específicas para enfrentar as queimadas, especialmente em Roraima”, sugere Larissa Amorim, pesquisadora do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon.

Além de concentrar a maioria das áreas degradadas pelo fogo, Roraima enfrenta uma seca histórica. “O risco de queimadas aumenta com o estresse hídrico, um problema grave em Roraima. Nossos monitoramentos da superfície de água no bioma Amazônia, com dados desde 1985, mostram que o estado é o mais afetado pela redução hídrica”, explica Carlos Souza Jr., coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon e responsável técnico pela iniciativa MapBiomas Água.

Desmatamento na Amazônia: Queda Consecutiva

O desmatamento na Amazônia apresentou em abril seu décimo terceiro mês consecutivo de redução. Em abril de 2024, foram desmatados 188 km² de floresta, 44% a menos do que no mesmo mês em 2023, quando 336 km² foram destruídos. Comparado a abril de 2022, a redução foi de 84%. No acumulado de janeiro a abril, a destruição da floresta caiu 58% em relação a 2023, quando 1.203 km² foram desmatados, e 73% em relação a 2022, quando a devastação atingiu 1.884 km².

Desafios em Outros Estados

Apesar da redução geral, Mato Grosso, Amazonas e Roraima lideraram a devastação no primeiro quadrimestre de 2024. Mato Grosso registrou 178 km² de desmatamento, Amazonas 118 km², e Roraima 105 km². Juntos, esses estados foram responsáveis por quase 80% do desmatamento entre janeiro e abril na região.

Em Mato Grosso, a devastação avançou principalmente em municípios da metade norte e em unidades de conservação. No Amazonas, a derrubada focou na região Sul, na divisa com Acre e Rondônia, especialmente em assentamentos. Em Roraima, o desmatamento avançou em municípios como Rorainópolis e terras indígenas como a Raposa Serra do Sol.

A queda no desmatamento é um passo positivo, mas a luta contra a degradação florestal e o desmatamento ilegal precisa continuar com ações eficazes e coordenadas para proteger a Amazônia e assegurar um futuro sustentável para Rondônia e toda a região.

 

Via Rondoniadinamica

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