O Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Rondônia (Sindsef) participou ontem em Brasília da marcha pela campanha salarial 2015 em um movimento que contou com 27 delegados escolhidos em assembleia representando diversos municípios do Estado.
Os servidores promoveram um dia de mobilização em função de o governo federal ter condicionado as negociações de “aumento salarial” de 21,3% em quatro anos, abaixo do que deseja a categoria. Essa proposta foi rejeita pelos servidores e os mais de cinco mil servidores que foram ontem às ruas, deram uma demonstração de força e união em resposta ao Ministério do Planejamento.
O sindicalista Abson Praxedes disse que apesar das promessas do governo em aumentar o valor do tíquete-alimentação e o auxílio creche, é inadmissível que o percentual oferecido seja escalonado em quatro anos. |
A caminhada convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef) e que abre caminho para uma greve geral no setor, terminou em frente ao Palácio do Planalto onde uma comissão de representantes das 22 entidades que compõem o fórum foi recebida na Secretaria-Geral da Presidência da República. Assessores do ministro Miguel Rossetto, que estava viajando, se comprometeram a levar a demanda dos federais até seu conhecimento. A categoria pede intervenção junto ao Ministério do Planejamento para que o processo de negociações saia do impasse que se instalou. A expectativa é de que uma nova reunião na Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) seja confirmada para tentar encontrar um denominador comum neste processo de diálogo. Sem propostas concretas, apenas verbais, e num cenário de incertezas, algumas categorias já deram a partida para a greve como é o caso dos servidores do INSS, professores e técnicos das universidades federais, categorias do Judiciário, além de outros setores prontos para adesão ao movimento. Servidores da base da Condsef, 80% do total de servidores do Executivo Federal, aprovaram greve a partir de segunda, 27. Um comunicado informando a decisão da categoria já foi enviado a todos os órgãos competentes, incluindo os ministros de todos os ministérios. A decisão só se reverteria caso o governo apresentasse proposta formal levando em conta o conjunto de demandas apresentadas, sem condicionar o processo de negociações a apenas um item em debate. Os servidores estão dispostos a discutir uma proposta com a redução do prazo de quatro anos que está sendo imposto pelo governo. As sindicalistas Eliete Azevedo, Ivan Francisca, Edna e Eva Bezerra são uníssonos em dizer que a greve geral não está descartada em razão do tratamento indiferente por parte do governo federal. Além de continuar contando com a apresentação de propostas concretas para outras pautas urgentes apresentadas, a categoria espera que nesse processo o governo leve em consideração também o índice de inflação apontado para este ano e que já gira em torno de 9%. A preocupação é que a categoria não continue amargando perdas salariais que já foram sentidas no último reajuste de 15,8% concedido ao longo de três anos (2013-2014-2015). Esse percentual, inclusive, já foi descontado pela categoria quando solicitou reajuste de 27,3% para 2016 para repor perdas acumuladas nos últimos anos, com 2% de ganho real. O debate entre os servidores e também a unidade da categoria são fundamentais nesse momento. Somente a unidade e uma pressão intensa serão capazes de garantir avanços esperados pela maioria. Os diretores executivos do Sindsef comemoraram o sucesso do movimento que demonstrou força e união ao governo federal na próxima rodada de negociações com o Secretário Sérgio Mendonça. |