Declaração de Mariana Carvalho pode ter indicado traição interna hierárquica ou política


Porto Velho, RO –
A deputada federal Mariana Carvalho (PSDB) pode ter ‘entregado o ouro’ ao jornal Diário do Poder durante uma declaração sobre a votação para a presidência da Câmara Federal um dia antes de ocorrer.

O site, que reportou a insatisfação dos tucanos com a decisão da direção nacional do partido em apoiar Júlio Delgado do PSB de Minas Gerais, entrevistou Mariana que, sem pestanejar, falou sobre o assédio do vencedor, o peemedebista Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro.

De acordo com o Diário, até o senador Aécio Neves teve de intervir para manter o apoio ao socialista.

– Falando sobre as eleições da Câmara e ouvindo um pouco de cada um, eu tenho esse mesmo sentimento. Como disse o Caio, o Daniel, o Bruno, a gente precisava ter tido um pouco mais de conversa para também se sentir um pouco valorizados. Acabei recebendo mais ligações do candidato à presidência, Eduardo, do que do próprio partido. Inclusive, ele foi a Rondônia e me convidou para almoçar e sabendo que estou morando em São Paulo, me convidou novamente em São Paulo. Às vezes de pessoas tão perto, não recebemos os convites que deveríamos – revelou a parlamentar rondoniense.

Cunha foi eleito com 267 votos, sessenta e cinco a mais do que a Revista Veja havia projetado.

Já a colunista Tereza Cruvinel tem outra visão:

– A eleição do deputado Eduardo Cunha para a presidência da Câmara em primeiro turno, com 267 votos, aconteceu com a ajuda decisiva do PSDB, que no voto secreto traiu o candidato do PSB, Julio Delgado. Este detalhe apenas reforça a percepção do PT de que, depois de sua eleição, apesar do discurso conciliador ao tomar posse, a vida do governo jamais será a mesma. A derrota do governo foi acachapante. Apesar de todo o empenho, Arlindo Chinaglia teve apenas 136 votos, o que refletiu a grande resistência dos deputados ao governo Dilma – destacou.

Na esteira de Cruvinel e baseado no que Carvalho assinalou, é possível chegar, em meio a tantas, a duas fortes deduções: ou houve uma traição hierárquica, com os tucanos dando de ombros a seu ora membro-mor Aécio Neves; ou uma “puxada de tapete” política daquelas muito bem planejadas.

Em tempos modernos em que o arcaico voto secreto ainda é utilizado pelos políticos para manter a sociedade refém da desinformação é só o que se pode fazer: deduzir de acordo com (fortíssimos) indícios aliados à lógica dos fatos.

Fonte: Rondoniadinamica

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