Coronavírus – Campanha confusa de vacinação preocupa a população

Porto Velho anuncia cadastramento para pessoas com idade acima de 80 anos

A falta de melhor organização na campanha de vacinação contra o coronavírus, que está sendo desenvolvida em Rondônia, assim como nos demais estados brasileiros complica a já difícil luta contra a pandemia, que preocupa o planeta. Rondônia já recebeu a primeira remessa do governo federal de CoronaVac, cerca de 50 mil doses para atender o pessoal da saúde pública, idosos acima de 75 anos e outros casos especiais.

A segunda dose para o mesmo grupo de pessoas deverá ser aplicada nos próximos dias e, para isso, já foi reservada quantidade suficiente para poder atender a demanda, conforme determina o protocolo do Ministério da Saúde.

É importante destacar, que a entrega dos primeiros lotes da vacina pelo governo do Estado foi feita de forma midiática, com o governador Marcos Rocha (Sem Partido) acompanhando as equipes. Nos municípios solenidade de entrega, discursos e presenças de políticos como se o Estado estivesse prestando um favor aos municípios e não uma obrigação.

Momentos festivos, midiáticos e plenamente dispensáveis em fase difícil da população mundial que há quase um ano convive com um vírus que desafia a ciência. A situação exige ações rápidas e eficientes e não de discursos e oba-oba.

A segunda remessa com cerca de 13 mil doses, de vacina Oxford chegou a Rondônia na última semana. A expectativa era que fosse aberta a segunda etapa de vacinação, para pessoas com menos de 75 anos, como estava previsto, mas não é isso que está ocorrendo. A Prefeitura de Porto Velho, por exemplo, está divulgando telefones e endereço eletrônico, para que idosos com idade acima de 80 anos (!) façam os agendamentos para receberem a primeira dose da vacina.

Nota-se que há uma divisão enorme da área de saúde do Estado (Sesau) e do município de Porto Velho (Semusa) com relação a aplicação das vacinas na população. Se antes a segunda etapa seria para atender pessoas com até 75 anos, agora passou para 80 anos. Por que?

O desentrosamento entre Estado e município, no caso Porto Velho, deve ser revisto, pois o povo está ansioso, com toda razão, porque está passando por situação das mais delicadas e que implica em vida ou morte. A vacina é a esperança da população em se manter viva diante de um vírus sem controle e que é letal em boa parte dos casos.

Alguns estados optaram por vacinar pessoas pela idade, mas de forma decrescente. A opção é de cada dia da semana para uma faixa etária: segunda 80 anos, terça 79 anos, e assim por diante, além das prioridades. Certamente é uma forma bem mais racional e tecnicamente com melhores condições de ser aplicada.

Governo do Estado e prefeituras devem buscar união e força. Rondônia está passando por uma fase das mais complicadas com relação ao controle e combate ao covid-19. Nesta semana, que estamos chegando ao fim a média esteve em torno de 20 óbitos por dia.

Pessoas estão sendo levadas para outros estados (Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul) devido à falta de leitos de UTI e o pior: temos carência de médicos, enfermeiros e pessoal ligados à saúde, seja pública ou privada. Quem está na labuta diária não dorme e nem se alimenta direito, além do constante risco de contaminação. a situação é crítica, difícil e exige ações políticas e técnicas e não de politicagem.

Os sistemas públicos de saúde do Estado e de Porto Velho devem priorizar a parceria, para que seja encontrado o caminho mais curto, para se combater e controlar a pandemia. O momento não é de divisão e muito menos de visibilidade na mídia, mas sim de buscar a vacina e disponibilizá-la para o povo, que está morrendo, mesmo sendo ele o “Patrão” que banca todo o sistema público, seja o Executivo, o Legislativo ou o Judiciário.

Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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