Confúcio disse ter se assustado “pelo constrangimento e exposição pública.”

O governador Confúcio Moura esclareceu nesta sexta-feira (21) à população de Rondônia, a respeito de sua convocação pela Polícia Federal para prestar declarações, ontem, à Operação Plateias. “Estou tranqüilo, nada fiz de errado. O meu governo será ainda mais exigente e transparente”, ele afirmou, em entrevista à Rádio Rondônia FM, transmitida para todo o Estado. Durante o programa, alguns amigos dele e ouvintes telefonaram, manifestando-lhe solidariedade.

 

A Operação Plateias é um desdobramento da Operação Termópilas, destinada a investigar contratos de empresas com o governo ainda antes da atual gestão. A PF iniciou o seu trabalho em novembro de 2011, ouvindo gestores públicos, alguns deles do atual governo. Alguns foram exonerados de seus cargos ou funções, outros fizeram delação premiada.
O governador disse que “teve a vida dissecada” após ter saído da recente campanha eleitoral, quando concorreu com mais quatro candidatos. O tema das investigações foi permeado durante a campanha e, em todas as ocasiões, ele colocou-se à disposição da Justiça para os esclarecimentos necessários, inclusive para colaborar no que fosse preciso.

 

Na sede da PF, o governador respondeu aos questionamentos de quatro procuradores da República e agentes da PF. “Fui muito bem tratado”, assinalou. Os esclarecimentos serão analisados e vão compor o rol dos processos para posterior encaminhamento ao Superior Tribunal de Justiça e ao Ministério Público Federal.

 

Mesmo reafirmando que sempre se colocou à disposição da Justiça, Confúcio disse ter se assustado “pelo constrangimento e exposição pública.” “Ainda que não tenha sido indiciado ou detido, não seria necessário ser conduzido coercitivamente”, lamentou.

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Para ele, houve uma exposição cruel e com julgamento antecipado. “Porque passa à opinião pública, com repercussão nacional, a ideia de participação efetiva nos acontecimentos, mesmo antes dos fatos serem esclarecidos e finalizados.”

 

Transparência e cabeça erguida

A respeito da sua equipe de governo, Confúcio esclareceu que muitas pessoas chamadas para prestar esclarecimentos não têm qualquer participação em delitos. Garantiu que auxiliares mais próximos que com ele trabalham há mais tempo não têm participação em desmandos. No entanto, com os que forem responsabilizados por delitos, será ainda mais exigente. “Não pouparei ninguém. Todos terão chances de defesa, mas em caso de desmando, não darei uma segunda chance”.

 

“Dirijo uma máquina gigantesca, com cerca de 65 mil servidores, onde todos pertencem e fazem o governo. Tenho a tranqüilidade para afirmar que meu governo será ainda mais transparente. A população que confiou em mim, pode continuar confiando. Se aparecer alguma coisa contra mim, deixo o governo”, afirmou. “Continuarei trabalhando, indo aos municípios com a cabeça erguida,­ porque não fiz nada de errado. Sou o governador, mas o governo somos todos nós”.

 

Fotos: Daiane Mendonça

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