Confúcio assegura que não praticou nenhum crime, se coloca à disposição da justiça e diz não se sentir traído

Porto Velho, Rondônia – Ao conceder entrevista a uma emissora de TV da capital, na noite desta terça-feira (25), o governador Confúcio Moura (PMDB) reafirmou que foi com o pedido dele que a Operação Termópilas foi iniciada, tendo como desdobramento a Operação Plateias.

“Não gostaria de estar falando desse assunto. Mas, infelizmente essa é a realidade do momento, com dificuldade, mas de cabeça erguida e com a certeza de que tudo será esclarecido e de que a verdade prevalecerá”, afirmou.

Em seguida, ele já falou sobre a sobre a campanha eleitoral: “foi uma campanha muito difícil, quando fui atacado por quatro adversários. Não sei responder se política vale a pena. Só sei que a gente entra nela e é difícil de sair. É uma porta com uma entrada só. Dizem que entramos na política por causa dos amigos e não saímos, por causa dos inimigos. Não gosto de falar inimigos, mas sim adversários”.

Segundo ele, “como parlamentar, por 10 anos, aprendi a lidar com as diferenças, com os confrontos. A vida política é, por natureza, solitária. O ato de decidir é pessoal”.

Ao ser questionado se a Operação Plateias teria a ver com a campanha eleitoral, ele desconversou: “não posso dizer isso. Não posso duvidar de nada. Vai saber se tem interesses por trás disso?”.

Ele repetiu que a Plateias foi uma sequencia da Termópilas, realizada pela Polícia Federal em 2011. “As investigações começaram lá em 2009. Eu percebi, em meados de junho de 2011, que o Governo era fatiado e insustentável. Eu fui tocando e sofrendo pressão do então presidente da Assembleia legislativa, (Valter Araújo). Eu fui ao procurador geral de justiça, Heverton Aguiar e pedi ajuda para enfrentar o problema. Ou seja, eu pedi a Termópilas e ainda avisei a membros do Tribunal de Contas, de que a corrupção não me deixaria governar. Também fui ao presidente do Tribunal de Justiça e relatei os fatos”.

Segundo ele, “fui alertado depois de que tinha gente perto de mim enrolada. Eu provoquei a Operação Termópilas, que desnudou os problemas e a Plateias é um desenrolar dessas investigações”.

Sobre ter sido coercitivamente conduzido, ele disse que “há um jogo de mídia nisso tudo. Não sou indiciado, não sou réu, não sou nada. Falar que meu Governo praticou corrupção é inaceitável. Isso baseado apenas em uma delação premiada, por indícios vagos e sem nada de concreto. Eu não serei réu. Posso até ser réu, mas não serei condenado, porque não tem nenhum crime que eu pratiquei. E creio que para 99,99% dos acusados, também não terá nada de concreto contra”.

Segundo ele, “97% de nossas compras são feitas por pregão eletrônico, envolvendo empresas de todo o país e até do exterior. Mudamos todo o sistema de compras e de serviços”.

Em relação ao seu segundo mandato, o governador declarou que “nada do que eu passei será pior do que eu já enfrentei. Primeiro, eu estou à disposição da justiça a qualquer tempo. Eu não enganei nenhum eleitor de Rondônia. E tenho certeza de que meu segundo mandato será melhor de que o primeiro. E quero dizer a quem votou em mim: não baixem a cabeça, pois vamos fazer um grande mandato”.

Sobre seu cunhado, Francisco de Assis, preso na Plateias, ele repetiu que não ocupou cargos no Governo. “Foi coordenador da campanha em 2010. Nada além disso”.

Ele negou que se sinta “traído” por pessoas próximas a ele. “De jeito nenhum. E não acredito que foi feita promessa de ganhar dinheiro no Governo, em troca de vantagens na campanha”.

Ataque ao presidente Hermínio Coelho

O governador  partiu para o ataque ao presidente da Assembleia Legislativa, Hermínio Coelho (PSD). “Não é a Assembleia, mas o seu presidente, que vive de ataques, de perseguir, de futricar, destemperado. Não dou muita bola pra ele. Nem falo o nome dele, para não gastar energia. Nunca vi isso! Espero que mude a presidência e que o direcionamento seja outro, comprometido com Rondônia e de forma Republicana. Não vou interferir na eleição da futura mesa diretora, mas a nossa base, que elegeu 11 deputados, deve se reunir e fechar apoio a um nome de consenso”.

Mas, ele reconheceu: “embora ele xingue, xingue, critique, ataque, esperneie, não deixa de encaminhar os projetos de interesse nosso para votação em plenário”.

Sobre mudanças em sua equipe, o governador reafirmou que “para facilitar meu trabalho, recomendei que colocassem os cargos à disposição. Muitos continuarão, outros serão trocados. Isso é normal”.

Uma informação de bastidor que o governador confidenciou é que Marcelo Bessa não vai retornar ao comando da Segurança Pública.

Ao final, o governador anunciou que na próxima quinta-feira (27), vai entregar a primeira etapa das casas do Orgulho do Madeira. “Serão 916 casas entregues nesta etapa, atendendo primeiramente às famílias que foram desabrigadas nas cheias do Madeira”.


Fonte: Rondonoticias

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