Comentários de Eduardo Bolsonaro abrem crise com a China e Maia pede desculpas

Filho do presidente Jair Bolsonaro atribuiu culpa pelo coronavírus ao Partido Comunista Chinês sem nenhuma prova e foi rebatido pelo embaixador da China no Brasil; Maia pediu desculpas ao povo chinês

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, rebateu nesta quarta-feira (18) uma acusação feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em um retuite afirmando que a culpa pela pandemia de coronavírus teria sido causada pelo Partido Comunista Chinês. Eduardo não apresentou nenhuma prova de sua afirmação.

Acusações infundadas de Eduardo geraram reação dos chineses

“A culpa é da China e liberdade seria a solução”, escreveu o filho do presidente Jair Bolsonaro. Ao responder à acusação pela mesma rede social, Wanming afirma que a manifestação vai “ferir a relação amistosa China-Brasil”.

Eduardo culpou Partido Comunista Chinês por coronavírus

“As suas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com o seu estatuto como deputado federal, nem a sua qualidade como uma figura pública especial”, rebateu o embaixador.

Wanming ressalta ainda que a população chinesa ‘repudia veementemente” as declarações feitas por Eduardo Bolsonaro e exige que ele peça desculpas ao povo chinês. “Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e a Câmara dos Deputados”, garantiu ele.

Yang Wanming rebateu acusação de Eduardo Bolsonaro
Rodrigo Maia pediu desculpas ao povo chinês

Maia pediu desculpas

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu desculpas à China na madrugada desta quinta-feira (19) pela afirmação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que responsabilizou o país pela disseminação do coronavírus pelo mundo.

“Em nome da Câmara dos Deputados, peço desculpas à China e ao embaixador @WanmingYang pelas palavras irrefletidas do Deputado Eduardo Bolsonaro”, escreveu Maia em uma rede social.

Relação Brasil-China

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as relações comerciais entre Brasil e China “têm se caracterizado por notável dinamismo”.

“Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e tem sido uma das principais fontes de investimento externo no País. O relacionamento vai além da esfera bilateral: Brasil e China têm mantido diálogo também em mecanismos como BRICS, G20, OMC e BASIC (articulação entre Brasil, África do Sul, Índia e China na área do meio ambiente)”, afirma o Itamaraty em um texto publicado no site oficial.

Ainda de acordo com a pasta, o comércio bilateral entre Brasil e China saltou de US$ 3,2 bilhões em 2001 para US$ 98 bilhões em 2019 (em 2018 foram US$ 98,9 bilhões).

“A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2012, a China tornou-se o principal fornecedor de produtos importados pelo Brasil”, acrescentou a pasta, no mesmo texto.

Via Painel Político

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