Atividades simples, como dar comida a um animal de estimação, podem contribuir com a contaminação por leptospirose, infecção aguda, potencialmente grave, transmitida por animais de diferentes espécies, principalmente roedores (ratos), além de suínos, caninos e bovinos, para os seres humanos. O alerta foi dado pelo médico Sérgio Basano, diretor-geral adjunto do Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), ao conceder entrevista ao jornalista Maurício Calixto, no programa “A Hora do Povo”, da Rádio Rondônia FM, de Porto Velho para todo o Estado.
Paras evitar a contaminação, o médico disse que o recomendável é que a vasilha onde é servida a ração dos animais seja colocada em local longe do alcance de ratos para não correr o risco de que ele ao ser atraído pelo alimento acabe urinando dentro e, com isso, a doença seja transmitida às pessoas através do manuseio da vasilha. Segundo Basano, no ano passado foram registrados pelo menos 50 casos casos no Estado, com três óbitos.
A preocupação maior, segundo o médico, ocorre neste período de chuvas, por isso ele aproveitou para alertar as pessoas a evitar o máximo contato com a água acumulada nas ruas. Além da leptospirose, ele lembrou que este período é propício também para a dengue com a proliferação do mosquito transmissor, o aedes Aegypti, nas águas limpas.
NOVA ENCHENTE
De acordo com Basano, apesar das previsões apontarem para uma cheia em menor proporção que a do ano passado, toda estrutura da saúde está se preparando para atender à possível demanda, inclusive o Cemetron referência em doenças tropicais e infectocontagiosas na região, mas que atende também aos casos de picada de cobra e outros animais peçonhentos. Com relação às picadas de cobras, ele orientou para que a pessoa seja mantida imóvel e levada de imediato a uma unidade de saúde.
Com relação à malária, Sérgio Basano afirmou que ainda é um grave problema, apesar dos avanços no tratamento, em especial em Rondônia, onde as estimativas apontam que de cada mil pacientes dois vão a óbito, enquanto que em Estados como o Rio Grande do Sul, de 100, pelo menos 14 morrem devido à falta de estrutura adequada. Questionado sobre a possibilidade da fabricação de uma vacina eficaz, ele disse que isso é difícil por se tratar de um protozoário (microrganismo) e não um vírus.
Basano ainda falou sobre os investimentos realizados pelo governo nos últimos quatro anos no Cemetron, que após 27 anos de construção será totalmente reformado a partir do segundo semestre deste ano, com investimentos da ordem de R$ 8,8 milhões, oriundos do Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica (Pidise). “A licitação deve acontecer ainda neste semestre”, afirmou, adiantando que a reforma inclui duas alas para internação, ampliação das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e outros especificados no projeto arquitetônico ainda em fase de ajustes.
No Cemetron, que também atende a pacientes com HIV/aids e tuberculose, existem 99 leitos, dos quais sete são de terapia intensiva (UTI), quatro deles de isolamento, destinados a pacientes com doenças contagiosas.
Texto: Veronilda LIma