Caso Naiara: Dois condenados e um absolvido

 

Os acusados Richardson Bruno Mamede das Chagas e  Francisco da Silva Plácido foram condenados pelo homicídio brutal da estudante de jornalismo Naiara Karini, ocorrido em 24 de janeiro de 2013. A sentença foi lida pelo juiz Ênio Salvador Vaz por volta da meia noite de sábado, após três dias de julgamento. O terceiro acusado ,Wagner Strogoulski de Souza, foi absolvido pelo jurados.

Richardson, que teve as impressões digitais registradas em um vídeo no celular da vítima, recebeu pena de 14 anos de reclusão por homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima. “A culpabilidade é evidente, pois o réu demonstrou que tinha pleno conhecimento do caráter ilícito da conduta sabendo que agia contra o direito”, destacou o magistrado na sentença.

Já Plácido, que teria ficado no carro durante a sessão de estupro e assassinato da jovem no local próximo à estrada da penal, foi condenado pelo crime de homicídio simples, por entenderem os jurados que ele concorreu para o crime. Todavia, o conselho de sentença não reconheceu nenhuma qualificadora, como homicídio por asfixia e promessa de pagamento. “As consequências do crime foram graves, posto que foi tirada abruptamente a vida de uma jovem, interrompendo seus sonhos e suas realização”, pontuou o juiz na sentença. Condenou-o à pena de 9 anos em regime fechado, porém, como já cumpriu 3 anos e 7 meses,  teve reconhecida a progressão de regime para o semiaberto.

Richardson e Plácido, por serem agentes penitenciários, ainda perderam a função pública. “A conduta é incompatível com a de agente público”, alertou Ênio Salvador, ressaltando que a perda da função não afronta o princípio da ampla defesa.

Os três acusados foram absolvidos pelo crime de estupro. Wagner Strogoulski, que era colega de faculdade de Naiara, teve a absolvição pedida pelo próprio Ministério Público, que admitiu fragilidade das provas para colocá-lo na cena do crime. Os jurados acataram o pedido em todos os quesitos apresentados.

Debates

O último dia de julgamento foi marcado pelos debates entre acusação e defesa. Promotor, assistentes e advogados de defesa se revezaram ao longo de todo sábado em defesas exacerbadas de suas teses, lotando o plenário até o último momento do júri. Os pronunciamentos, réplicas e tréplicas proporcionaram para ambos os lados as garantias jurídicas.

Foi o segundo julgamento do caso. Em 2014, o primeiro réu identificado pelo vídeo, Marco Antônio Chaves da Silva, foi condenado pelo crime a 24 anos de reclusão.

Assessoria de Comunicação Institucional

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