Caminho do dinheiro: como quadrilha movimentou R$ 1,4 bilhão em emendas

A investigação já aponta desdobramentos que podem atingir políticos influentes em Brasília

Por Mirelle Pinheiro, Metropoles

A Operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), desvendou um esquema complexo de corrupção que movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão com fraudes em licitações, superfaturamento de obras e lavagem de dinheiro.

O esquema utilizava emendas parlamentares e convênios para alimentar uma rede criminosa que se espalhou por diversos estados brasileiros. Entre os alvos da Operação Overclean estão políticos, empresários e servidores públicos.

A fortuna tinha origem em contratos fraudulentos firmados entre empresas do grupo criminoso, como Allpha Pavimentações, Larclean Saúde Ambiental e outras firmas de fachada, com órgãos públicos. Esses contratos eram garantidos por emendas parlamentares e convênios direcionados a municípios e estados, muitas vezes com a cooptação de servidores públicos para viabilizar o esquema.

As licitações eram manipuladas para favorecer empresas previamente selecionadas. Os editais eram elaborados com critérios que eliminavam concorrentes legítimos, assegurando que apenas as empresas ligadas ao grupo fossem contratadas. Assim, contratos superfaturados ou fictícios eram celebrados, garantindo o fluxo de recursos públicos para a quadrilha.

Os contratos frequentemente incluíam serviços não realizados ou realizados de forma precária. Além disso, valores eram inflacionados por meio de medições adulteradas, inclusão de itens desnecessários e aditivos contratuais fictícios.

O dinheiro desviado seguia um caminho intrincado, projetado para ocultar sua origem ilícita e dificultar a fiscalização.

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