Em visita à região amazônica, o presidente Jair Bolsonaro prometeu asfaltar a BR-319, rodovia que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia. Essa é uma demanda dos políticos e empresários da região, para interligar o Norte do Brasil.
O presidente aproveitou para alfinetar adversários políticos. “É questão ambiental. Imagina se eu tivesse comigo aceitando indicação política de Zequinha Sarney e Marina, ela nunca seria asfaltada”, disse, referindo-se a dois ex-ministros de Meio Ambiente de gestões anteriores.
Bolsonaro elogiou o presidente Ernesto Geisel, que inaugurou a BR-319, e prometeu obras na região, mesmo depois de ter recebido um “orçamento destruído”. Ele ainda disse que a Petrobras foi assaltada do direito de explorar potássio na região e que isso está em documentos secretos.
O presidente defendeu em reunião na Zona Franca de Manaus o desenvolvimento da biodiversidade da região com parcerias e maior valor agregado dos produtos. “Eu estarei vivo. A região será um grande sucesso econômico”, previu.
Em vários momentos da visita, o presidente reforçou o discurso contrário às organizações não-governamentais (ONGs) de meio ambiente e ao que chamou de “indústria” da demarcação de terras indígenas. “Muita coisa tem que ser desfeita no Brasil. O aparelhamento do Estado, a indústria da demarcação indígena”, disse em entrevista após a reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca (Suframa). “Queremos o casamento do meio ambiente com o desenvolvimento, com o progresso”, afirmou em outro momento.
O presidente disse que, por muito tempo, o País conviveu com o abandono dos índios. “Sofri muito com isso”, acrescentou.
Por duas vezes, Bolsonaro falou da cobiça da região pelos estrangeiros. Segundo ele, a região é tão importante que antes mesmo da sua descoberta já se queria dominá-la com o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 para dividir as descobertas entre Portugal e a Coroa de Castela. “Dizem aí, fontes ocultas, que antes mesmo de o Brasil ser descoberto já havia interesse na Amazônia”, afirmou. Para o presidente, o mundo todo sempre esteve voltado para a região.
Ele fez questão de ressaltar que a Zona Franca de Manaus foi criada pelo governo militar “sabendo do interesse pela Amazônia”, para “integrar e não entregar”.
Bolsonaro destacou também que é importante deixar o capital de fora vir para a região, desmontando barreiras. Ele voltou a defender uma reforma tributária apenas dos tributos federais. “Com uma reforma da União, Estados e municípios não se chega a lugar nenhum”, afirmou o presidente. Ele disse que novos empregos chegarão por meio do livre comércio.
Por Estado de Minas