Bandidos conquistam vitória histórica sobre o Estado e impõem mudanças na direção do Urso Branco

Bandidos que cumprem pena no presídio Urso Branco – e que se autointitulam membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho- tem muito o que comemorar.

Rebelados desde domingo com apoio de parentes, que, na condição de visitantes, se prontificaram a permanecer no presídio como “reféns”, os marginais exigiram do Governo do Estado a queda de toda a diretoria do estabelecimento prisional.

Por volta das 20 horas desta segunda-feira, o Governo cedeu e aceitou afastar a direção do Urso Branco.

Nunca, em nenhum presídio do Brasil, os criminosos obtiveram tal vitória.

Para dobrar o Governo, os chefes do crime organizado dentro do Urso Branco utilizaram de violência contra presos que não fazem parte de nenhuma facção criminosa.

Não consta que nenhum parente feito “refém” tenha saído ferido.

O Governo contabilizou um prejuízo de R$ 120 mil com a destruição do presídio, onde os marginais arrancaram grades, interligaram celas e queimaram colchões.

Ao final, comemoraram a queda da direção e a abertura de investigação para apurar supostas torturas e maus tratos por parte dos agentes penitenciários.

Mas o prejuízo foi maior do que os simples danos materiais. Os bandidos conseguiram impor uma derrota histórica ao Estado. Doravante, torna-se impensável qualquer controle sobre o urso Branco, pois, ao ceder aos marginais, o Governo abriu um precedente perigoso que certamente vai se desdobrar em outros motins semelhantes.

A partir de agora, quem escolhe a direção de presídio em Rondônia é o PCC e o CV.