Bancários: Greve conquista reajuste de 10% em salários, PLR e piso

A Fenaban procurou o Comando Nacional dos Bancários, que estava em plantão neste sábado (24), para apresentar uma proposta global de encerramento da Campanha Nacional 2015. Além dos reajustes de 10% para os salários, para a PLR e para o piso e o de 14% para os vales refeição e alimentação, já ofertados na sexta-feira (23), os banqueiros aceitaram abonar 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas. Assim, um dia após a assinatura do acordo, os trabalhadores, compensariam, no máximo, uma hora por dia útil, até o dia 15 de dezembro.

A nova proposta da Fenaban, apresentada no 19º dia da greve, significa a manutenção do modelo que vinha sendo colocado em prática nos últimos anos, de reposição integral da inflação mais aumento real e abono parcial dos dias parados. Na proposta inicial, que levou os bancários à greve, os banqueiros se negavam até mesmo a repor a inflação do período (9,88% INPC), oferecendo míseros 5,5% de reajuste e mais abono de R$ 2.500,00, não incorporado aos salários.

“Os banqueiros tentaram impor uma derrota a categoria, inicialmente com um reajuste abaixo da inflação. A greve reverteu essa tentativa. Depois, a Fenaban queria, para punir os grevistas, com o pagamento ou a compensação total das horas. Mais uma derrota para os bancos. Foi uma surpreendente vitória da unidade e da determinação da nossa categoria. Sem a forte greve que fizemos não teria sido possível!”, comemorou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional.

Para Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando,  em meio a um cenário de crise econômica e aumento do desemprego, a luta dos trabalhadores conseguiu derrotar os banqueiros. ““Esse resultado foi alcançado graças à pressão dos trabalhadores, que não podem ser punidos pelo seu direito à mobilização”, afirmou a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. “A proposta apresentada representa mais um ano em que os bancários conseguirão garantir seu poder de compra. Estamos num ano de recessão, não crescimento, desemprego maior, com categorias fechando acordos até abaixo da inflação. Diante desse cenário, a luta dos bancários representa uma vitória contra os bancos que queriam impor perdas à categoria”, ressaltou a dirigente.

Em razão desta conquista, o Comando Nacional orienta os sindicatos a realizar assembleias na segunda-feira (26) e indica a aceitação da nova proposta, que garante aumento real de salário pelo décimo segundo ano consecutivo. Até lá, a greve continua.

Saúde

Os bancos apresentaram um termo de entendimento a ser assinado entre os seis maiores bancos e o movimento sindical bancário com mesas específicas para tratar de ajustes na gestão das instituições de modo de reduzir as causas de adoecimento e afastamento. As comissões de empresa acompanharão para garantir a melhoria das condições de trabalho.

Públicos

Banco do Brasil inicia a negociação ainda neste sábado (24) e Caixa Federal ainda não tem retorno.

A nova proposta da Fenaban

* Reajuste: 10 %.

* Pisos: Reajuste de 10%.

– Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.377,62

– Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.976,10

– Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.669,45 (que inclui R$ 470,75 de gratificação de caixa e R$ 222,60 de outras verbas de caixa).

* PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79, limitado a R$10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 23.861,00.

* 13ª cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52

 

* Auxílio-creche/babá: de R$ 358,82 para R$ 394,70 (para filhos até 71 meses). E de R$ 306,96 para R$ 337,66 (para filhos até 83 meses).

 

* Requalificação profissional: de R$ 1.227,00 para R$1.349,70

 

Histórico

A entrega da minuta de reivindicações dos bancários aconteceu em 11 de agosto. A partir daí foram realizada cinco rodadas de negociações. Em 19 de agosto, foi debatido emprego. Nos dias 2 e 3 os temas foram saúde, condições de trabalho e segurança. Em 9 de setembro, Igualdade de oportunidades. A rodada extra do dia 15 de setembro discutiu adoecimento da categoria. E, no dia 16 de setembro, remuneração.

No dia 25 de setembro, a Fenaban não só frustrou, como agiu de forma desrespeitosa com os bancários, ao apresentar uma proposta para a categoria, com um reajuste de 5,5% no salário, também na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche e abono de R$ 2.500,00.

Depois de 16 dias de greve, no dia 20 de outubro, a Fenaban apresentou uma nova proposta, de 7,5% de reajuste. No dia seguinte, o índice foi de 8,75%. Ambos foram recusados na mesa.

Fonte: Contraf-CUT

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