Os apagões em Rondônia e Acre não devem acabar tão cedo. Em nota à imprensa divulgada na manhã desta quarta-feira, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou uma série de considerações sobre a geração e transmissão de energia aos dois estados, mas admite a possibilidade de novos problemas, pelo menos até dezembro, quando está prevista a entrada em operação de um novo circuito de transmissão a partir da subestação de Jauru, no Mato Grosso, a Porto Velho.
A nota começa detalhando como os estados recebem energia: Os estados do Acre e de Rondônia são atendidos por um sistema de transmissão em 230 kV, a partir da SE Jauru no estado do Mato Grosso, por geração local, com destaque para as UHE Samuel e Rondon e a UTE Termonorte II, e através de uma ligação com o sistema de transmissão em corrente contínua que escoa a geração das usinas do Rio Madeira (UHE Santo Antônio e Jirau).
De acordo com o ONS, para que a demanda possa ser suprida, dois fatores devem ser observados. Um é segurança do sistema de transmissão que escoa a geração das usinas do Rio Madeira e ainda as condições do tronco de transmissão em 230 kV que interliga esses estados ao Mato Grosso. “Assim, distúrbios com origem no sistema de transmissão do Madeira e na interligação com o Mato Grosso poderão comprometer o atendimento aos consumidores dos estados do Acre e de Rondônia”, diz a Nota.
Para a correção dos problemas, segundo o ONS, mais um circuito de transmissão está sendo viabilizado, mas deve ser concluído somente no final do ano. “O tronco de transmissão em 230 kV, formado atualmente por dois circuitos, está sendo reforçado com a implantação de mais um circuito, entre Jauru e Porto Velho, cuja previsão para conclusão de todos os trechos é de dezembro de 2015. Uma vez completo o 3º circuito, o mesmo agregará confiabilidade ao atendimento aos consumidores e evitará o isolamento dos estados do Acre e de Rondônia, mesmo em situações de perda de duas linhas de transmissão”
Mas não é só. A Nota afirma ainda que há dificuldades também na geração a partir de Jirau e Santo Antônio, uma vez que os sistemas ainda estão na fase final de ajustes, os chamados comissionamentos. “Por sua vez, o sistema de transmissão associado às usinas do Madeira encontra-se em fase final de comissionamento, com parte dos equipamentos liberados para a operação e outros ainda em período de testes. Cabe destacar que a implantação desse sistema tem se caracterizado pelos enormes desafios, tecnológicos, técnicos e gerenciais decorrentes da dimensão e a complexidade inédita do projeto, com a implantação de dois bipolos de corrente contínua com mais de 2.000 km de extensão.”
Além desses problemas, há outras influências capazes de gerarem dificuldades de geração, segundo o ONS, citando a geração local da Termonorte e de Samuel. “Neste sentido, cumpre observar que nos dois últimos meses tem se verificado uma redução na disponibilidade de geração da UTE Termonorte II devido a problemas associados ao fornecimento de combustível. Além disso, a usina de Samuel, principal hidroelétrica da região, possui pequeno reservatório e está, no final do atual período seco, com armazenamento em torno de 4% do seu volume útil. “
Fonte: RONDONIAGORA