As chamadas “competências imateriais”, adquiridas a partir de experiências pessoais e profissionais, constituem importante acervo técnico. Foi o que a OAB Nacional buscou reunir a partir da composição do quadro de ex-presidentes como “membros honorários vitalícios”, entre os quais tenho a honra de figurar.
Antes de meramente honoríficos, de simples lisonja, o título confere ao agraciado a responsabilidade de disponibilizar permanentemente sua experiência em favor da instituição.
Uma dessas oportunidades se apresenta agora, quando a advocacia rondoniense se prepara para eleger nova diretoria da Seccional na segunda-feira, dia 18.
Sinto-me no dever de alertar a categoria sobre a importância do voto consciente, capaz de manifestar uma escolha criteriosa, pautada na avaliação das propostas de cada candidato. Longe de salamaleques, convescotes e rapapés.
A melhor escolha sempre será a OAB.
É de se esperar que a cadeira da presidência da OAB, como que por um “fenômeno mágico”, se encarregue de transmitir ao seu ocupante o “legado dos antecedentes”.
Conforme assegurou o brilhante José Roberto Batochio ao comentar as tensões oriundas da às vezes difícil negociação entre aquilo que o “presidente quer” e aquilo que a “Ordem permite”.
É bem verdade que a cadeira do presidente está impregnada, como que pela transmigração da matéria, com exemplos meritórios de administrações antecedentes.
Cujos titulares – vale registrar – receberam um legado constituído à custa de muito empenho, sacrifício, barreiras e desafios. Com a responsabilidade de entregá-lo aos sucessores, se possível amplificado, atualizado e melhorado.
Daí a necessidade de atenção para os componentes de seriedade e ética que devem permear o processo eleitoral. Não há espaço no processo que não seja para discutir o fortalecimento da advocacia, da defesa da sociedade e da valoração da cidadania!
Nada diferente do que sentenciou Levi Carneiro, em discurso de março de 1933, na sessão preparatória da comissão por ele formada para elaborar o Regulamento – atual Estatuto – da OAB:
“A Ordem dos Advogados é uma imposição dos nossos dias, dos nossos ideais, do nosso patrimônio. É órgão de seleção e disciplina, de cultura e de aperfeiçoamento moral. Não nos proporciona regalias ou favores. Ao contrário, cria-nos um regime de árduos deveres.”