Sou rondoniense e sei perfeitamente como é o nosso costume. Somos os únicos, com exceções, que jogamos nosso próprio lixo na frente de nossas casas, entupindo os poucos bueiros que escoam as águas pluviais. Quando morava em Porto Velho em um condomínio, me lembro que acordei no dia de Natal com água cobrindo os pés dentro de casa. Depois de muito susto, quando a equipe da prefeitura estava limpando os bueiros para dar mais vazão a água parada, dos bueiros e valas, foram retiradas camas velhas, vasos sanitários, pedaços de armários e etc. Nem o sujeito no estado primevo fazia esse tipo de coisa. Parece algo cultural. Aí vem a chuva e todo aquele lixo acumulado faz com que as alagações sejam uma constante. Mas, claro, não é só isso.
Durante os oito anos de mandato do ex-prefeito Mauro Nazif, nunca o ví em Brasília atrás de recursos federais para serem aplicados no esgoto sanitário da cidade e o saneamento básico. Aliás, tem um projeto do governo estadual que foi parado por indícios de fraude já no projeto inicial e na tentativa de licitação.
Quando o sujeito quer sacanear alguém, seja o que for, tudo tem que ser atribuído a ele. Hildon não pode ser culpado pela falta centenária de saneamento básico em Porto Velho. Ele poderá ser culpado se sua equipe de engenharia não apresentar projetos nesse sentido para a bancada federal durante sua gestão.
Portanto, fico indignado com tanta pressão por coisas que não tem fundamento. Não se constrói uma cidade com essa atitude política perversa.
Muito embora o país do governo Temer diga que haverá cortes até nas emendas impositivas, o que constitui um absurdo, temos que apresentar projetos bem elaborados e honestos para começar a atacar os principais problemas causadores das alagações e cobrar da população, consciência para o risco de enchentes provocadas pelo acúmulo de lixo jogado nas ruas.
Cobramos demais e não ajudamos em quase nada.