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Alta do dólar faz bolivianos cruzarem fronteira para comprar em Rondônia

 Estrangeiros fazem travessia atrás de produtos mais baratos no Brasil. Segundo lojistas de Guajará-Mirim, vendas aumentaram cerca de 40%.

Enquanto muitos municípios brasileiros registram queda nas vendas do varejo, por causa da crise financeira, empresários de Guajará-Mirim (RO) comemoram o lucro conquistado diariamente com estrangeiros. Por causa da alta do dólar e a desvalorização do real, os bolivianos estão ‘invadindo’ a cidade de Rondônia em busca de produtos mais baratos.

De acordo com o presidente da Associação Comercial de Guajará-Mirim, Deomi Cavalcanti Junior, o bom desempenho do comércio está sendo visto como um Natal fora de época. “Imóveis que estavam fechados estão sendo alugados para fazer essas vendas no varejo, inclusive de empresários vindo da capital do estado”, afirma.

A movimentação no comércio local ainda surpreende os lojistas da cidade, que até então registrava uma inversão de economia. Até o final do ano de 2015, eram os brasileiros que atravessavam o Rio Mamoré para fazer compras na cidade boliviana de Guayaramerín.

Como o dólar subiu desenfreadamente, os produtos como eletrônicos e roupas ficaram mais caros e, com isso, os brasileiros deixaram de cruzar a fronteira para fazer compras. Com a queda nas vendas, muitas lojas de Guayaramerín fecharam as portas.


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Lojas de roupas são umas das mais procuradas pelos estrangeiros (Foto: TV Globo/ Reprodução)
Segundo a comerciante Agondia Costa, que tem loja na cidade boliviana, as calçadas do país vizinho estão cada vez mais vazias. “Brasileiros já não estão vindo porque o dólar subiu muito e os brasileiros acham tudo caro aqui”, diz.

Outro empresário boliviano que sentiu o peso da crise econômica foi Vladimir Torigo. “Eu falaria que mais da metade das lojas fecharam, ocasionando menos funcionários. Muita gente perdeu o emprego”, revela.

Segundo estimativa dos comerciantes bolivianos, cerca de 100 mil brasileiros iam por mês até Guayaramerín para fazer compras. Por causa da grande procura em produtos da bolívia, o governo brasileiro determinou que os turistas não podiam ultrapassar a cota de isenção de impostos de mercadorias, que é de US$ 300.

Caso ultrapassasse o limite de valor ou de quantidade, o comprador poderia pagar tributação simplificada de 50% sob o valor pago ou ter a mercadoria apreendida. Com o aumento do dólar, o número de basileiros que vão ao país vizinho caiu para cerca de 10 mil por mês.

Inversão
Com o real mais barato, os papéis de compra se inverteram e agora são os bolivianos que atravessam o Rio Mamoré para fazer compras em Guajará-Mirim. Vários barcos chegam lotados a todo o momento em Guajará-Mirim.

E os turistas que aparecem em Rondônia são de várias cidades da Bolívia, incluindo La Paz. O gerente de uma loja de eletrodomésticos em Guajará-Mirim comemora o bom resultado das vendas. “Nos últimos quatro meses aumentou uma média de 40%. A  maioria dos clientes são bolivianos”, diz.

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