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A eleição na OAB Rondônia e a guerra dos guaribas

O próprio código de ética da máfia, que poupa civis e famílias, parece mais elevado do que o padrão adotado pelas duas chapas

O próprio código de ética da máfia, que poupa civis e famílias, parece mais elevado do que o padrão adotado pelas duas chapas

Jornalista Rubens Coutinho, editor do Tudorondonia

A disputa pelas eleições da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Rondônia tornou-se um embate marcado por ataques públicos e estratégias de baixo nível que evocam as velhas práticas das disputas sindicais mais rasteiras. As chapas concorrentes, a situacionista “Juntos Avançamos”, liderada por Márcio Nogueira, atual presidente que busca reeleição, e a oposicionista, encabeçada por Eurico Montenegro Neto, estão envolvidas em uma escalada de conflitos que expõe o lado mais sombrio de um pleito que deveria ser pautado pela ética e pelo respeito.

Nos últimos dias, os ataques entre os dois grupos intensificaram-se, com denúncias de fake news, acusações de criação de “gabinetes do ódio” para disseminar informações falsas e até ataques pessoais que atingiram famílias dos candidatos. Esse comportamento rebaixa a campanha a um nível tão deplorável que faz lembrar disputas primitivas, onde o barulho e o confronto substituem o debate de ideias. O próprio código de ética da máfia, que poupa civis e famílias, parece mais elevado do que o padrão adotado pelas duas chapas.

A OAB, que há anos se apresenta como guardiã da ética em eleições e exige compromissos de candidatos às esferas do poder público, perde completamente a moral para continuar desempenhando esse papel. A entidade, reconhecida nacionalmente como fundamental para a defesa das prerrogativas da classe, deveria ser exemplo de transparência, respeito e compromisso com valores elevados. No entanto, em Rondônia, assiste-se a uma “lavagem de roupa suja” pública que reduz a credibilidade da instituição perante a sociedade.

O último episódio que agrava esse cenário veio da chapa situacionista, que tenta impugnar a oposição sob a alegação de que esta estaria utilizando impulsionamento pago na internet — prática proibida no pleito. A estratégia de Márcio Nogueira parece ser uma tentativa de vitória por “walk over” (W.O.), ou seja, ganhar por exclusão do adversário. A medida reforça a percepção de desespero diante de uma possível derrota nas urnas.

Tais atitudes demonstram que ambos os candidatos — Márcio Nogueira e Eurico Montenegro Neto — preferiram o embate destrutivo à construção de propostas que realmente atendam aos interesses da advocacia rondoniense. A sociedade, que acompanha de perto os desdobramentos dessa disputa, espera dos postulantes à liderança da OAB uma postura condizente com a responsabilidade do cargo que almejam ocupar.

O respeito à ética, à própria biografia e à advocacia como um todo é indispensável. Sem isso, ambos os concorrentes demonstram que, se não são capazes de respeitar a si mesmos durante a campanha, dificilmente respeitarão os advogados e a instituição uma vez eleitos.

Da maneira que as coisas vão, guardadas as devidas proporções e de forma puramente  metafórica, o embate na OAB Rondônia assemelha-se a uma batalha  entre macacos guaribas, que têm o péssimo hábito de defecar durante a luta e usar os próprios excrementos como arma,  atirando-os   nos adversários. E haja titica no ventilador.

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