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Chefe de Direitos Humanos da PF diz que ‘limpeza social’ não será tolerada

‘Temos que desconstruir esse mito de que é legitimo matar’, afirma. Polícia suspeita que ação de grupo de extermínio fosse para ‘higiene social’.

A chefe de Direitos Humanos da Polícia Federal (PF), Diana Calarzans, diz que os crimes com a ideia de ‘higienação social’ não serão tolerados pela PF. A fala de Calarzans foi feita após a deflagração da Operação Mors em Rondônia, que prendeu 11 policiais militares suspeitos de envolvimento em um grupo de extermínio que tem executado vítimas sob a ‘ideologia da limpeza social’, como infratores, usuários de droga. A operação que envolveu 250 policiais federais ocorreu na quinta-feira (7).

A PF investiga que o grupo pode estar envolvido em pelo menos 100 inquéritos de homicídios que vêm acontecendo em Jaru e região do Vale do Jamari desde 2009. Após serem presos, os suspeitos foram transferidos até a cidade de Ji-Paraná para prestarem depoimento.

Os crimes cometidos ferem diretamente o direito à vida. É o que explica a chefe, que lamenta a participação de agentes públicos e policiais nos crimes. “Quando vemos agentes públicos se desviando, ao invés de proteger a sociedade, fazendo dos seus instrumentos de trabalho para prejudicar e tirar vidas, se considera que há uma gravíssima violação dos direitos humanos, a pior que pode haver”, afirma a chefe.

De acordo com o delegado Eduardo Gomes, chefe da investigação da PF, não haviam critérios específicos para as execuções.

Chefe de Direitos Humanos da PF diz que 'limpeza social'; deve ser extinta (Foto: Pâmela Fernandes/G1)
Chefe de Direitos Humanos da PF diz que ‘limpeza
social’; deve ser extinta
(Foto: Pâmela Fernandes/G1)

“Continuavam ocorrendo as mortes com a ideologia da limpeza social. O crime evoluiu, as motivações são as mais variadas, interesses pessoais, interesses financeiros, motivos fúteis e inclusive o interesse do grupo em manter o anonimato, executando testemunhas”, diz Gomes.

Para Calarzans, o discurso que ainda existe de higienização social, não pode mais persistir, pois o Brasil é um país onde não há pena de morte. “Temos que desconstruir esse mito de que, em alguns casos, é legítimo o assassinato do cidadão. Nunca é legitimo. É uma conduta que não será tolerada”, assegura.

Outras investigações também acontecem em todo Brasil contra grupo de extermínios, de acordo com a chefe. “Para investigar temos a polícia; denunciar, o Ministério Público e julgar, o judiciário. Nós, membros das instituições que são responsáveis pela segurança, não podemos permitir que alguns dos nosso componentes atuem dessa forma, tirando vidas de outras pessoas”, afirma.

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