Ministério Público Federal denuncia ex-gestores do Ibama
BRASÍLIA – O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça o ex-presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias Franco, e o ex-diretor de licenciamento ambiental do órgão Sebastião Custódio Pires. O MPF, por meio da Procuradoria da República no Distrito Federal, argumenta que houve irregularidades na concessão de licenças ambientais à Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia.
Segundo a denúncia, os dois expediram, em 2008, licença em desacordo com as normas ambientais e os pareceres técnicos do Ibama. Caso condenados, as penas vão de um ano a três anos de detenção, além de multa. A punição de Franco pode ser maior, porque o MPF entendeu que ele cometeu mais crimes.
Outro ponto questionado é que a ESBR solicitou a mudança da construção da usina para um lugar a 12,5 quilômetros de distância de onde era apontado nos estudos de viabilidade e de impacto ambiental. Notas técnicas do Ibama indicaram que isso poderia provocar danos ambientais e concluíram que o consórcio precisava realizar estudos complementares. Os estudos foram feitos de forma incompleta, diz o MPF. Ainda assim, Franco e Pires concordaram com o pedido da ESBR. O MPF afirma que o ex-presidente do Ibama permitiu a supressão de mata no local, contrariando nota técnica do órgão.
Segundo o Ibama, Jirau está em operação com licenciamento ambiental regular. Em relação à ação penal, o instituto ressaltou que não é parte no processo e, portanto, não tem como se pronunciar. O Ibama reafirma a regularidade dos licenciamentos.
A ESBR disse não comentar ações judiciais. O GLOBO não localizou Franco e Pires.
OGlobo