Empresas da Lava Jato receberam R$ 11,3 bilhões em obras do PAC
Thaís Betat
As nove empresas envolvidas na Operação Lava Jato receberam da União cerca de R$ 11,3 bilhões para realizar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esse total engloba todas iniciativas desde o início do Programa em 2007 a novembro deste ano. A empreiteira do Rio de Janeiro Norberto Odebrecht S.A. é a que mais tem peso em obras do PAC: recebeu R$ 3,7 bilhões do governo federal para realizar obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética no país. Seguidamente, a empreiteira Queiroz Galvão foi beneficiada com R$ 3 bilhões para a execução de suas obras do Programa. Em terceiro lugar no ranking de participação em obras do PAC está a Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. Ela chegou a receber do governo federal, no período de quase sete anos, R$ 1,7 bilhão.
Já as empreiteiras Galvão Engenharia, OAS, Engevix Engenharia, Mendes Júnior e Iesa Projetos juntas arrecadaram R$ 2,9 bilhões. Obras A Odebrecht, por exemplo, em 2014 é responsável pela implantação de estaleiro e base naval para a construção e manutenção de submarinos convencionais e nucleares, foram desembolsados R$ 1,1 bilhão.
Entre as maiores obras da empresa para o PAC, ainda há a construção de submarino de propulsão nuclear, que totaliza R$ 1,2 bilhão. A Queiróz Galvão participa da obra de integração do Rio São Francisco com as Bacias dos rios Jaguaribe, Piranha-açu e Apodi, na região Nordeste. Para tanto, recebeu R$ 171,3 milhões. Até o dia 18 deste mês, a empresa já havia sido favorecida pelo governo com R$ 250,7 milhões para a construção de todas as obras destinadas ao programa. À Engevix já foram pagos R$ 35 milhões para as obras do PAC, dos quais R$ 14,5 milhões foram para a construção da ferrovia norte a sul em Ouroverde de Goiás.
A construtora também está envolvida, junto a Queiróz Galvão, na obra do Rio São Francisco, para a qual já foram pagos R$ 12,5 milhões. Ainda, na mesma obra de integração do Rio São Francisco, a OAS também está presente. Porém, nenhum centavo foi pago a ela. A Galvão Engenharia está incumbida de fazer a construção da ferrovia de integração entre o oeste e leste de Ilhéus a Caetite (Bahia). Apenas neste empreendimento foram aplicados até agora R$ 317,4 milhões. Ao todo, em obras do Programa, a empresa foi beneficiada com R$ 318,6 milhões. Já a OAS LTDA cuida da adequação do trecho rodoviário na BR- 101 em Alagoas. Esse é o principal dos dois empreendimentos por qual ela é responsável. Ao todo, foram R$ 63,3 milhões desembolsados.
A Iesa Projetos, Equipamentos e Montagens S.A tem participação em três obras, que já custaram R$ 11,4 milhões aos cofres públicos. Basicamente, ela constrói contornos e adequa trechos de ferrovia e rodovia em Santa Catarina. Com mais uma grande obra no trecho rodoviário na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, a empresa Camargo Corrêa executou R$ 321,1 milhões. Somados R$ 163 milhões, fecha-se o valor gasto com a empreiteira em obras do Programa em curso desde 2007. As empreiteiras citadas estão sendo investigadas pela Polícia Federal. Elas são acusadas de desvio e lavagem de dinheiro, envolvendo políticos, funcionários da Petrobras e executivos das construtoras. – See more at: http://www.contasabertas.com.br/website/arquivos/10084#sthash.oW1IGDww.dpuf