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Coluna Política Sem Censura- Hipocrisia, penas e peroba- Por David Nogueira

Hipocrisia, penas e peroba

Se há algo que não deixa de nos surpreender constantemente é a cara de pau dos políticos. Não querendo abusar da ingenuidade de todos, revelo, aos dedicados e pacientes leitores, ser essa uma característica presente em todos os espécimes da categoria. No entanto, e para ser justo, os níveis da rigidez, da nobreza da madeira e do polimento da superfície das caras de pau possuem graduações amplas. Tentar colocar todos no mesmo patamar seria injusto com o “talento” para a desfaçatez de alguns. Aqueles que, com méritos próprios e práticas recorrentes, ultrapassam, com muita facilidade, as fronteiras do plausível, do aceitável, do tolerável, revelando caráteres distorcidos. Não são todos, mas são bastantes.

 

2. Cara de pau

Os hábitos matinais da maioria deles é bem característico e bizarro. Normalmente, após o banho, não existe a prática do uso de hidratante qualquer em seus delicados rostos. São mais exóticos e particulares no cuidado dessa parte do corpo. Para revigorar a tez, os “meninos” usam o velho e tradicional método de lambuzar o rosto com óleo de peroba 100% nacional. Em seguida, puxam um pouco de brilho com a flanela desbotada e… está pronto um político modelo tradicional para as “tarefas” diárias!

 

3. Memória seletiva de FHC

O nobre e estrambótico Fernando Henrique Cardoso, no último dia 17, ultrapassou, em altíssima velocidade, a fronteira do tolerável em matéria de “cara de pau”! Sem constrangimento algum e na absoluta certeza de que o povo brasileiro é idiota e totalmente desprovido de memória, soltou a seguinte pérola: “estou envergonhado com o que está acontecendo na Petrobrás”! A memória seletiva do ex-presidente é intelectualmente deprimente, oportunista e aquém daquilo que se espera de um ex-professor da Sorbone. Faltou, além de caráter… tudo, particularmente, o velho e necessário simancol.

 

4. Flerte golpista

O que acontece na Petrobrás é fruto de um modelo decadente, corruptor e perverso de financiamento político de nossa combalida democracia. Fernando Henrique esqueceu-se do bilionário prejuízo na troca de ativos com a Repsol Espanhola (Petrobrás entrou com US$ 3 bilhões e recebeu US$ 750 milhões… há 14 anos!!! O que deu?). Esse modelo estava lá com os militares, com Sarney, com Collor, com Itamar, com FHC, com Lula e com Dilma… Imputar culpa a pessoas (de forma individualizada) é fazer leitura rasa, embora necessária, do problema. É não enxergar a perpetuação do sistema e o seu locupletamento de modo independente das pessoas que lá estão. Identificar e punir responsáveis é imperioso, mas isso está longe de ser suficiente.

 

5. É possível construir a Reforma Política?

A hipocrisia de Aécio com arroubos de honestidade e de FHC são quase patológicos e com eles não se avança no ato de se construir uma solução. A maior vergonha deste país, sem investigação alguma, foi o processo de privatização na década de 90. Alguém tem dúvida do significado da frase dita por Ricardo Sérgio (presidente do Banco do Brasil de FHC, em 1999, para o Ministro Mendonça de Barros??): “estamos trabalhando no limite da irresponsabilidade”! Há dúvida? O sistema eleitoral se decompôs. A contaminação atinge todos… todos os partidos de formas distintas. A sociedade precisa de uma profunda reforma política, cujo perfil ofereça sustentação à nossa frágil democracia. Isso necessita ser feito com responsabilidade e respeito à vontade popular. O discurso golpista é desespero dos que possuem as mãos sujas e ilusão midiática de muitos que esperam uma solução.

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