União estuda criação de uma agência para avaliar desempenho de servidores
Frente Parlamentar da Reforma Administrativa sugere criação de uma autarquia
Frente Parlamentar da Reforma Administrativa sugere criação de uma autarquia
A avaliação de desempenho dos servidores públicos é uma das metas da ampla reforma no RH do país. A análise de produtividade é defendida não só pela equipe econômica do governo federal, mas por parlamentares que trabalham em prol da PEC 32. Eles propuseram a criação de uma agência, que seria uma autarquia, para cuidar dessa tarefa e de tantas outras relativas ao funcionalismo. E essa medida já está em estudo pela União.
Presidente da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa, o deputado federal Tiago Mitraud (Novo-MG) e outros integrantes do grupo entregaram ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em 8 de outubro, um documento com essa e outras propostas para se somarem à PEC da reforma administrativa.
Mitraud criticou o que, segundo ele, é feito hoje. “A avaliação, como é feita, é pró-forma. Praticamente todo mundo tira 10”, opinou.
Modelo de outros países
Mitraud disse à coluna que a proposta dessa agência “não é só para fazer a avaliação”. A ideia é ter esse órgão, vinculado ao Executivo federal, para concentrar as informações e regras para o funcionalismo, seguindo o modelo de outros países, segundo ele, como Portugal, Chile e Austrália.
“É como funciona uma autarquia da União. Hoje, no Brasil, temos a Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal que adquiriu um caráter mais técnico nesse governo, mas antes não. O que vimos dando certo em outros países é um órgão para organizar as políticas de gestão de pessoas”, afirmou.
De acordo com o parlamentar, uma das atribuições desse órgão central seria “a estruturação de critérios mínimos de avaliação de desempenho e organização desse processo”.
Projetos específicos vão compor a reforma
Entregue em 3 de setembro ao Congresso, a PEC 32, da reforma administrativa, prevê mudanças nas regras do setor público, alcançando não só a União, mas também os estados e municípios. No mesmo dia, técnicos do Ministério da Economia detalharam o projeto em uma coletiva virtual.
Mas a reestruturação do RH brasileiro é ampla, e a PEC é só um dos textos. A intenção do Planalto é encaminhar mais projetos (de lei e complementares) para compor essa reforma.
Por exemplo, o texto sobre avaliação de desempenho será encaminhado posteriormente. Ou então será aproveitado alguma proposta que já tramita no Parlamento. Isso não foi definido.
O enxugamento do número de carreiras e dos planos de cargos também será tratado em um projeto específico.
Criação de cinco novos vínculos
A reforma dá fim à estabilidade no serviço público, mas somente para futuros funcionários, e extingue benefícios como licença prêmio e adicionais por tempo de serviço.
O texto também acaba com o regime jurídico único e prevê cinco tipos de vínculos. Desses novos modelos, somente um terá direito à estabilidade, que são as carreiras de Estado (aquelas que não podem ser exercidas na iniciativa privada, como Polícia Federal, Diplomacia, além das áreas de Receita, Fiscalização e Controle, por exemplo).
Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados
POR PALOMA SAVEDRA