PF combate quadrilha de doleiros e aliciadores para prostituição no Pará
Cerca de 100 policiais federais estão dando cumprimento a 30 mandados judiciais na capital paraense. São 15 mandados de prisão preventiva, 5 mandados de condução coercitiva e 10 mandados de busca e apreensão. A expectativa é de que seja apreendida grande quantidade de moeda estrangeira.
Essa é uma situação atípica na rotina dos policiais federais, que tiveram que articular e desenvolver duas operações simultâneas, quando constataram que alguns dos alvos da Operações Check in 2, investigados por suspeita de aliciar e arregimentar passageiros, e contratar mulas para realizarem compra e venda ilegal de moeda estrangeira nas dependências do Aeroporto Internacional de Belém, também estavam envolvidos com o aliciamento e envio de mulheres para a Guiana Francesa/Suriname, objeto da Operação Raabe.
A organização criminosa mantinha relacionamento com doleiros e casas de câmbio em São Paulo, Manaus e Macapá e teria, segundo os investigadores, movimentado um montante estimado em 54 milhões de Reais, somente no último ano. Os membros do grupo contavam com auxílio de veículos carregados de moeda estrangeira e nacional que serviam de verdadeiras casas de câmbio ambulantes que contavam, inclusive, com o apoio de segurança clandestina.
A ramificação da quadrilha responsável pelo aliciamento de mulheres para a prostituição no exterior é proprietária de dois hotéis em Belém, utilizados para o trânsito das mulheres, que aí permaneciam até que fosse preparada toda a documentação para que fossem entregues para a de prostituição no exterior. Uma das vítimas foi localizada pelos policiais, no exterior, quando já estava grávida e dependente de drogas, vivendo de forma precária em um garimpo no Suriname.
Um dos líderes do grupo é popularmente conhecido, na capital paraense, como “corretor de gente”, um verdadeiro negociador de pessoas para estabelecimentos comerciais de prostituição no exterior. A Operação conta com a participação do braço policial na PF no exterior e os dados ainda serão trabalhados por policiais federais em mais 16 países, por meio de 32 representações do órgão, na Europa e América latina, visando a ampliar o conhecimento sobre as atividades da organização. Só esse ano, foram iniciadas mais de 40 investigações da PF para coibir o tráfico de seres humanos para o exterior.
Os trabalhos de levantamento de informações contaram com a participação da INFRAERO e da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado do Pará.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, câmbio ilegal, lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas.