PF ivestigava denúncias sobre o BNDES e acabou descobrindo esquema na contratação de show da virada
Sem divulgar nomes, o delegado Acelino Damasceno, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal em Porto Velho, concedeu entrevista coletiva no final da manhã desta quarta-feira (15), para repassar informações sobre a Operação Murídeos, que culminou com a condução do prefeito Mauro Nazif (PSB) para depoimento na superintendência regional.
Damasceno disse que no primeiro momento a PF começou a investigar uma denúncia anônima sobre um possível desvios no contrato de R$ 44 milhões para a construção do Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia – HUERO e da Escola Estadual Anísio Teixeira com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social – BNDES. No decorrer das investigações, explicou o delegado, com autorização judicial, a PF descobriu por meio de escutas telefônicas um esquema de fraude na contratação e pagamento do Show da Virada com a Banda Calypso, patrocinado pela Prefeitura da Capital no final do ano passado.
O delegado disse que “meio por acaso” a investigação rumou para esse ponto, mas no entanto, não explicou qual a ligação da suposta fraude com verba federais, o que justificaria a presença na PF no processo.
Acelino Damasceno ainda disse que preliminarmente está comprovado que houve pagamento de parte do contrato da obra do hospital e da escola para a empresa vencedora do certame, representada pelo empreiteiro Roberto Passarini, um dos conduzidos à PF. “Estamos ligando uma coisa com a outras. Veja, são duas investigações distintas, mas que estão ligadas ao mesmo fato, porém, iremos desmembrar os inquéritos, porque o fato foi descoberto durante o período em que investigávamos outra situação” explicou.
O prefeito Mauro Nazif (PSB) prestou depoimento por cerca de duas horas e saiu da sede da PF sem ser notado pela imprensa graças a uma operação montada por seus assessores e secretários que estiveram em grande número na Superintendência da PF em Porto Velho.
De acordo com a PF foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de condução coercitiva, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Durante as investigações, apurou-se contratações irregulares de bandas de música pela Prefeitura de Porto Velho, “bem como a possível utilização de recursos públicos do Estado para custear manifestação popular de apoio ao Governador do Estado de Rondônia, quando a Assembleia Legislativa deliberava, em novembro de 2014, sobre pedido de “impeachment”, decorrente de fatos investigados na Operação Platéias, deflagrada pela Polícia Federal no final de 2014.
Entre os investigados estão servidores públicos, agentes políticos de alto escalão na administração estadual e municipal, além do empreiteiro responsável pelas obras.”