O Paradoxo do Mentiroso é atribuído ao filósofo grego Eubúlides de Mileto (384-322 a.C.), que jamais imaginou que na terra de Santa Cruz teriam tantos adeptos. Quando os políticos, os burocratas, usam palavras bonitas e vazias para dizer nada, as quais chegam ao ponto de nem eles mesmos saberem se estão falando verdades ou mentiras. Passa-se a ideia de que as ações prosaicas de governo são sinais de progresso.
A opinião pública mediana, mesmo as classes econômicas mais abastadas têm a visão turva ou tendenciosa pela falta de profundidade das ideias ou dos interesses econômicos. O choque de realidade, em contraste com o discurso sofístico, nos dá a ampla visão de como e quanto somos manipulados. A postura intelectual dos pensadores rondonienses é de comodismo. Guardando as devidas proporções e as limitações materiais, de alguns, questiona-se onde estão os visionários, os idealistas das décadas passadas?
Acomodados nos CDS governamentais? Nas cátedras distantes da produção intelectual modificadora da nossa realidade? Será porque os bárbaros verbosos, os ancípites, os pulguitas, os obtusos, os pitónicos se instalaram na política? Será que os éticos, os honestos se acovardaram!
Thomas Hobbes já dizia – “O homem é o lobo do homem”. Devemos lembrar do pacto social preconizado pelo pensador iluminista Rousseau a ser realizado mediante a transformação política e educacional, gerando desenvolvimento e proporcionando equidade para todos e não um desenvolvimento que gere miséria e desigualdade.
A discussão não se deve até ao combate da corrupção e de que todos os males da sociedade estão centradas num único partido. Todos são corruptos? A gênese do mal reside na minha, na sua, na nossa incapacidade de reconhecer que somos egoístas, de que não lutamos pela modificação do pensar, capaz de tornar o cidadão dono de consciência crítica e nos capacita a debelar a corrupção e gritar do alto dos prédios: GOVERNO CORRUPTO, PREFEITURA INEFICIENTE, LEGISLATIVO FISIOLOGISTA.
*É advogado militante