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Doenças comuns sobrecarregam atendimento do Hospital Infantil Cosme e Damião, em Porto Velho

 

Febre, vômito, diarreia e outros sinais mostram que a saúde não vai bem. E fica ainda mais complicado quando se trata de crianças. Pais e responsáveis se desesperam à procura de atendimento médico. E só lembram do Hospital Infantil Cosme Damião ( HICD), onde a intensa procura sobrecarrega a equipe, que não dispensa ninguém, mas faz primeiro uma avaliação do risco, priorizando os casos classificados de risco amarelo. Depois vêm o verde e o azul. O vermelho, que é risco de morte, vai direto para a emergência.

A rotina no Cosme e Damião é assim. Atendimento ininterrupto com gente chegando todo tempo. Juscilene Ferreira percebeu que o filho Igor, de cinco anos, não estava bem, correu para o HICD. Na hora da avaliação de risco, o paciente foi pesado, teve verificada sua altura e após alguns questionamentos a enfermeira Naldira Alves informou à mãe que o caso da criança era de rotina, de risco azul. Questionada pela enfermeira por que não procurou antes um posto de saúde, a mãe justificou que mora perto do hospital, onde sempre que procura é bem atendida. O fato de ter que esperar a vez para ser atendida não trouxe nenhum transtorno para Juscilene ou para o pequeno Igor.

Assim como o caso de Igor, há muitos outros. No último fim de semana, por exemplo, a estatística de atendimento do HICD foi a seguinte: dos 362 atendimentos, 229 foram classificados como risco azul, poderiam ter sido atendidos nas unidades básicas de saúde municipais; 100 casos foram verde, indicados para atendimento nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), Unidades de Pronto Atendimento; e 33 ocorrências de fato eram destinadas ao HICD, classificadas como risco amarelo. Não houve registro de risco vermelho. No mesmo período, das 382 consultas, 361 foram de Porto Velho e 21 do interior do estado.

“A política do hospital é atender a todos. Não mandamos ninguém voltar para casa ou ir a outro local”, Daniel Pires, médico

O pediatra Daniel Pires de Carvalho, gerente-médico do Cosme e Damião, explicou que o hospital aguarda, desde o mês de janeiro, informação do município de Porto Velho indicando as unidades de atendimento aptas a receber os pacientes sem gravidade. “Sem esse indicativo, nosso pessoal tem que se desdobrar. Mesmo assim, a política do hospital é atender a todos. Não mandamos ninguém voltar para casa ou ir a outro local”, disse.

Segundo ele, o acolhimento com classificação dos riscos foi uma excelente medida, porque oferece ao hospital e ao responsável pelo paciente a noção de prioridade. “80% dos casos atendidos são classificados na cor azul, ou seja, são casos de ambulatório”.

O HICD tem 125 leitos fixos, cinco leitos de unidade intermediária, outros quatro da ala de Cuidados Intensivos Pediátricos (CIP) e 10 leitos para a UTI. Por ser a única UTI infantil do estado, às vezes é necessário atender até pacientes da rede particular. Mas devido à grande procura por internação, o hospital acaba classificado com vaga zero. “A maioria dos atendimentos é de pacientes da Capital, mas recebemos pacientes de todo o estado, além de Humaitá (AM), alguns do Mato Grosso e até da Bolivia”, salientou o médico.

O hospital infantil também absorveu a clínica pediátrica do Hospital de Base, que ficou somente com a oncologia e a UTI neonatal. Apesar de ter sido reinaugurado em 2012, a unidade já exige ampliação, por não comportar a demanda, na avaliação da administração, que já tem elaborado um projeto dobrando o número de leitos da UTI pediátrica, criando o centro cirúrgico próprio, pois atualmente as cirurgias pediátricas são realizada no centro cirúrgico do HB. “A ideia é ter um complexo infantil estruturado com atendimentos em um mesmo lugar”.
“Época de chuva é tempo das doenças virais, caracterizadas pelos resfriados, pneumonia, patologias respiratórias infeciosas e gastroenterite”, diagnostica o pediatra Daniel Carvalho, completando que a partir do segundo semestre, com a seca, aparecem os problemas respiratórios, as bronquites, asmas e alergias. “As crianças são as maiores vítimas. Mas muitos problemas podem ser evitados se os pais ou responsáveis mantiverem em dia o calendário de vacinação infantil”, lembra.

Daniel Carvalho explicou que o Brasil é o primeiro País do mundo com um calendário vacinal eficiente e considerado de excelente qualidade. O que acontece, em geral, é que além de muitos não cumprirem as datas vacinais, ainda existe um certo desleixo com relação à periodicidade de visitação da criança ao médico.

“Os pais precisam levar seus filhos ao pediatra ao completar sete dias de nascido, depois aos 30 e a partir de então a cada três meses, mesmo que a criança não apresente nenhum problema. Mas a maioria não cumpre e só procura o atendimento quando a doença se instala”, reforçando que nas visitas periódicas, médicos e o corpo clínico de enfermagem avaliam o desenvolvimento da criança em todos os aspectos, psicomotor, alimentação, vacinação, movimentos, crescimento, peso entre outros. “O acompanhamento constante dos profissionais não dá imunidade, mas deixa a criança menos propensa às doenças sazonais”, argumentou.

Fonte
Texto: Alice Thomaz
Fotos: Daiane Mendonça
Decom – Governo de Rondônia

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