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Em Guajará-Mirim, açaizeiros pedem ajuda ao MPF

Extrativistas querem reconhecimento de suas atividades pelos governos federal e estadual

 

Descendentes de ex-seringueiros soldados da borracha, os açaizeiros de coletam, vendem e transformam o açaí da região, e relatam que falta reconhecimento de suas atividades pelos órgãos públicos federais e estaduais. Em busca de apoio e reconhecimento de direitos, a Associação dos Açaizeiros de Guajará-Mirim teve reunião com o Federal (MPF) na manhã da quinta-feira passada, 26 de março, no auditório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Na ocasião, o procurador da República Daniel Dalberto explicou que o MPF atua na defesa das comunidades tradicionais, bem como para assegurar direitos socioambientais, e que, a fim de ajudá-los, vai solicitar um estudo antropológico dos açaizeiros de Guajará-Mirim. “Demonstrar o modo de vida deste grupo de trabalhadores será o primeiro passo para tratar esta situação”, disse o procurador.

A presidente da associação, Maricarla de Oliveira, falou durante a reunião que a entidade existe desde 2003 e que já foi beneficiada com maquinário para extrair a polpa do açaí. Como a associação ainda não tem sede própria, o equipamento se encontra na residência da vice-presidente, Jacira Firmino Neto.

Os açaizeiros relataram que estão desassistidos porque não são reconhecidos como produtores rurais pelo . “Cair do pé de açaí ou ser picado por cobra são acidentes de trabalho que acontecem e não se tem o auxílio-doença, por exemplo”, disse Jacira. Os açaizeiros querem ter direitos previdenciários – e benefício de entre safra – e também receber recursos para agroindústria.

Os açaizeiros não possuem terras. Eles coletam o açaí de propriedades particulares e de áreas indígenas, mediante autorização ou negociação com os ocupantes do local. No entanto, estão enfrentando muitas dificuldades para conseguir fazer sua coleta nessas áreas.

Para eles, seria possível a criação de uma reserva extrativista em um local identificado pelos açaizeiros como Reserva Preguiça. O procurador Daniel Dalberto vai tratar este assunto com o e comprometeu-se a conversar com lideranças indígenas e com a Funai na busca de um acordo viável para todos os envolvidos. Também encaminhará com órgãos públicos e com o MP do Estado a possibilidade de coleta de açaí em unidades de conservação, visando ao desenvolvimento sustentável e à preservação ambiental.

O procurador Daniel Dalberto informou que vai abrir um inquérito civil público para acompanhar a situação dos açaizeiros e encaminhar suas demandas.

Fonte: MPF/RO (www.prro.mpf.mp.br)

 

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