Após visitas suspensas, presos destroem celas de presídio em RO
Internos arrancaram grades e quebraram paredes, diz direção da unidade. Visitas foram suspensas devido a uma revista geral promovida pela Sejus.
Quatro celas do seguro foram destruídas pelos detentos da Casa de Detenção de Ariquemes (RO), a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho, após ser suspensa a visita de familiares no domingo (22). Segundo a direção do presídio, a suspensão ocorreu devido a uma revista geral promovida pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Por conta do motim, 78 internos serão transferidos nesta segunda-feira (23) para outras unidades prisionais do estado. Ninguém ficou ferido.
De acordo com o diretor da Casa de Detenção, Weber Carvalho, a Sejus está realizando um plano operacional de revista geral em todos os presídios do estado. Para isso, foram deslocados de Porto Velho policiais da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar de Rondônia (COE) a agentes penitenciários para realizar a ação na unidade do município. “Quando os presos viram os policiais e souberam da revista, se revoltaram. Os internos da ala do seguro começaram a destruir as celas. Arrancaram grades, quebraram paredes, interligaram algumas celas e queimaram colchões”, diz o diretor.
Carvalho acrescenta que, para conter os presos, foram disparados tiros de munição não letal e durante as revistas foram encontrados cinco aparelhos celulares e armas artesanais. “Não tem condições de eles ficarem nas celas. A destruição foi muito grande. O procedimento será transferi-los para presídios onde há vagas, até que as celas sejam reformadas e então eles retornam a cumprir a pena em Ariquemes”, ressalta o diretor.
A direção da unidade não soube informar a data de início e término das obras nas celas. Segundo Weber, as visitas de familiares a presos devem acontecer normalmente no próximo final de semana.
Familiares revoltados
Os familiares os detentos que foram à Casa de Detenção de Ariquemes neste domingo (22) para visitar seus entes, ficaram revoltados com a suspensão das visitas. Eles alegaram que não foi lhes dada nenhuma explicação sobre a suspensão.
Ao G1, uma mulher de 35 anos, que preferiu não se identificar, e é esposa de um detento disse estar aflita com a situação. “Ninguém vem falar pra gente o que esta acontecendo. Estamos todos preocupados”, comentou.