Prefeitura pode fechar empresas que recusem ações de vacinação em SP
Até o momento, foram registrados na capital paulista 363 casos da doença, além de 800 considerados suspeitos
Até o momento, foram registrados na capital paulista 363 casos da doença, além de 800 considerados suspeitos
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou hoje (22) que pode fechar empresas que recusem as ações de vacinação contra o sarampo. Como forma de controlar a doença, a administração municipal tem feito os chamados bloqueios, quando são realizadas imunizações nos locais de trabalho, estudo e residência de pessoas que foram identificadas com o vírus. Até o momento, foram registrados na capital paulista 363 casos da doença, além de 800 considerados suspeitos.
“A prefeitura pode, em última análise, fechar esses espaços que não aceitarem receber as equipes da prefeitura para vacinar as pessoas nesses locais onde já foram identificados os casos de sarampo”, enfatizou Covas ao anunciar as medidas que estão sendo tomadas para conter o avanço da doença na cidade. A presença da equipe de imunização não gera, no entanto, a obrigatoriedade das pessoas que frequentam aquele espaço de tomarem a vacina. “O local é obrigado a abrir as portas, as pessoas não são obrigadas a aceitar a vacinação”, acrescentou o prefeito.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, já foram feitas quase 1,2 mil ações do tipo em empresas, faculdades e condomínios, com a distribuição de 48,6 mil doses da vacina. De acordo com Aparecido, os locais que recusarem a presença das equipes podem ficar interditados por 21 dias, equivalente ao ciclo do vírus.
A meta da prefeitura é vacinar toda a população da cidade com idades entre 15 e 29 anos, mesmo os que já tomaram a vacina na vida, em um total de 3 milhões de pessoas. As doses estão disponíveis em todas as unidades de saúde, além de postos temporários montados em estações de metrô e trens.
Fake news
Covas atribuiu a circulação da doença à resistência de parte da população em se vacinar, muitas vezes pela disseminação de informações falsas. “O recrudescimento da doença em decorrência especialmente pelas pessoas terem decidido não tomar a vacina. Isso se deve também, em grande parte às fake news que têm se espalhado pela internet”, afirmou.
Para interromper o fluxo das mentiras, o prefeito disse que está tentando conseguir ajuda das empresas que administram as redes sociais. “Buscamos o Facebook, para ver se, prontamente, essas empresas conseguem ajudar o Poder Público a rapidamente estancar [a disseminação de notícias falsas]”, disse.
Surtos
A coordenadora de Vigilância em Saúde do município, Solange Saboia, disse que até o momento foram registrados diversos surtos de sarampo na cidade, causados por pessoas que vieram de outros países onde há circulação do vírus. “Temos verificado vários surtos, vindos de pessoas que trouxeram o vírus, pessoas não vacinadas de outros países em que o vírus circulava. Estamos fazendo todos os nossos esforços para evitar uma epidemia no sentido que a doença se alastre pela cidade e fuja do controle”, ressaltou.
Em agosto, com a volta às aulas, a prefeitura pretende, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, fazer ações de vacinação na rede de ensino.
Assista na TV Brasil: Em São Paulo campanha de vacinação contra o sarampo segue até 16 de agosto
por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil São Paulo