Operação Pau Oco – Daniel Pereira diz que seu telefone foi interceptado por cinco meses enquanto ainda era governador de Rondônia
Porto Velho, RO – O ex-governador Daniel Pereira, do PSB, foi envolvido na última semana nos desdobramentos da segunda fase da Operação Pau Oco, denominada como Teste de Sabre.
Rondônia Dinâmica teve acesso a um documento relacionado à operação, especialmente voltado à interceptação telefônica envolvendo o aparelho celular do ex-chefe do Executivo.
No relatório elaborado pelo Núcleo de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO II), há o seguinte apontamento:
“[…] não houve interceptação de diálogos relevantes, o que já era esperado pelos investigadores, pois, durante todo o período de investigações, que já se estendem por 8 meses, não foi captado áudio de ligação telefônica convencional efetuada/recebida por parte de DANIEL”.
Entretanto, a instituição faz uma ressalva logo em seguida. De acordo com a PC/RO, em conversas promovidas por Dário de Souza Lopes – também alvo de ‘grampos’ –, um dos proprietários da empresa Madeireira BDX, relacionado entre os presos da segunda fase da Operação Pau Oco, Daniel Pereira “adotou o cuidado de efetuar chamadas apenas por WhatsApp”.
Na visão da investigação, esse zelo diferencia o ex-governador dos demais investigados que, por vezes, “foram pegos no descuido, tratando de fatos de alta relevância para esta operação em chamadas telefônicas”.
Na introdução do relatório, Pereira é apontado como possível “líder do esquema que vinha praticando ilícitos dentro da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam/RO).
O outro lado
Ao Rondônia Dinâmica, Daniel Pereira disse que, dos oito meses em que teve o telefone ‘grampeado’, em cinco deles, pelo menos, ainda detinha o status de governador.
Nelson Canedo, advogado do ex-governador, informou à reportagem que a escuta durante o período foi promovida de maneira ilegal, porque só o Superior Tribunal de Justiça (STJ/RO) poderia autorizá-la ou não.
Daniel Pereira também foi questionado sobre o porquê de usar apenas o WhatsApp para fins de promover e/ou receber chamadas telefônicas.
“Nunca usei o telefone público concedido aos governadores. Para economizar, usei a linha pessoal”, concluiu.
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