Cheia do rio Madeira tira produtores de casa e alaga plantações em Rondônia
No chamado inverno amazônico, chove muito na região. A capital, Porto Velho, já decretou estado de alerta
No chamado inverno amazônico, chove muito na região. A capital, Porto Velho, já decretou estado de alerta

Cheia do Rio Madeira tira muita gente de casa em Rondônia
A cheia do rio Madeira, o principal rio de Rondônia, obriga muita gente a sair de casa durante o chamado inverno amazônico. Ele sofre influência das chuvas intensas na região e também dos rios bolivianos Beni e Madre de Dioz. Plantações inteiras estão embaixo d’água.
Porto Velho já decretou estado de alerta. O nível passou dos 16 metros e está perto dos 17, cota já de emergência.
Na área ribeirinha, o cenário é desolador para centenas de pessoas. O rio tem avançado e invadido pequenas comunidades do chamado Médio Madeira.
Isolado em casa, o pescador Elias Nogueira fica de olho na paisagem todos os dias. Ele também planta açaí para sobreviver e os frutos estão no ponto, mas colher com o quintal alagado está difícil.
“Não dá para despolpar, não despolpei mais. Aí vendo em caroço”, diz.
Maria Ana Martins já cansou de ver a casa cercada de água. Ela protege as galinhas, patos e cachorros em um local suspenso, mas já teve mais de 100 pés de banana inundados. Não dá para colher nenhum cacho.
“Difícil, muito difícil. Dá até vontade de abandonar tudo”, reclama.
A estrada por onde os produtores do Médio Madeira escoam a produção está completamente alagada. São 65 quilômetros da última comunidade até chegar a Porto Velho, e oito delas dependem do caminho.
O agricultor José Isac teve a casa inundada e viu tudo o que plantou ser levado pela água.
“Plantava milho, banana… (A água) matou tudo. Todo ano eu planto e todo ano é destruído pela enchente. Aí eu vou sobreviver de quê? Eu preciso de uma terra lata para fazer meu plantio enquanto ainda tenho força para plantar.”
O serviço de meteorologia de Rondônia alerta que o nível do Madeira deve continuar subindo até meados de março.
Por Globo Rural