Mortos em presídio de Roraima não eram de nenhuma facção, diz governo
Secretário descartou confronto de facções; ‘Foi ação isolada’, disse. Nesta madrugada, 33 presos foram achados mortos na unidade.
O secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel Castro, disse em coletiva de imprensa no fim da manhã desta sexta-feira (6) que os 33 presos mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo durante esta madrugada não pertenciam a nenhuma facção criminosa.
De acordo com Castro, os autores do massacre são integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Há cinco dias, 56 presos desta mesma facção foram mortos em uma prisão Manaus por detentos da Família do Norte (FDN).
“Não foi um confronto de facções [em Roraima]. Isso é uma crise nacional que o país está vivendo neste momento […] Foi uma ação isolada de presos do PCC contra pessoas que não eram ligadas a nenhuma facção”, declarou Castro.
O secretário afirmou que ainda não se sabe o que motivou o massacre e relembrou que na unidade prisional estavam apenas presos ligados ao PCC.
A separação de presos de facções rivais foi feita no ano passado após um confronto de grupos rivais deixar 10 detentos mortos na mesma unidade.
A Penitenciária Agrícola fica na zona Rural de Boa Vista, na BR-174. Atualmente, ela abriga pelo menos 1,4 mil detentos, o dobro da capacidade que é capaz de suportar.
Alerta emitido pelo Amazonas
Na terça-feira (3), o Amazonas emitiu alerta para Roraima no intuito de avisar sobre possíveis confrontos entre presos nas unidades do estado. No domingo (1º), 56 presos foram mortos durante uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus.
Confronto de facções
Em outubro, 10 detentos morreram na penitenciária agrícola durante um confronto de duas facções rivais e familiares foram feitos reféns. Alguns detentos foram queimados e outros decapitados. Na época, a polícia apontou 50 suspeitos.
O número de mortos colocou Roraima em 9º no ranking de mortes violentas em presídios, conforme levantamento do G1.
Após o confronto, presos de facções rivais foram separados em unidades e chefes de organizações foram transferidos para outras unidades prisionais. Alguns foram levados para um presídio de segurança máxima no Rio Grande do Norte.
Mais de 1,4 mil presos
A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior unidade prisional de Roraima e até outubro abrigava mais de 1,4 mil presos, o dobro da capacidade. O presídio é administrado pelo próprio estado e tem condições “péssimas”, segundo uma inspeção do Conselho Nacional de Justiça de setembro de 2016.
Em dezembro, o governo anunciou a construção de um presídio de segurança máxima no estado para abrigar presos do regime fechado. Na ocasião, foi informado que as obras começariam em janeiro deste ano. Ao todo, o presídio deve custar R$ 31 milhões, mais da metade dos R$ 46 milhões liberados pelo Ministério da Justiça para reestruturar o sistema prisional de Roraima.
Via Rede Amazônica de Roraima