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Governo deve privatizar Caerd em 2017

Uma consultoria do BNDES está por iniciar os estudos do modelo de privatização da CAERD para viabilizar as obras de infraestrutura necessárias ao abastecimento de água e ao tratamento de esgoto que a empresa não tem como realizar.

Após 47 anos de atuação da CAERD em Rondônia, apenas 42,6% da população dispõe de água potável e nenhum litro de esgoto é tratado pela empresa. Uma análise do período de 10 anos da CAERD (entre 2001 a 2010), com dados fornecidos pela própria empresa ao SNIS, indica o motivo desse atraso: com 200 mil ligações de água para atender 600 mil rondonienses, a CAERD arrecadou cerca de R$ 600 milhões em 10 anos graças à segunda tarifa residencial mais cara do país. Porém, no mesmo período, a empresa conseguiu ter um prejuízo de quase R$ 400 milhões.

Mais da metade do valor arrecadado, cerca de R$ 317 milhões (53%), foram gastos com os salários de 560 funcionários e apenas R$ 35 milhões (6%) foram investidos para atender a população. Em 10 anos, a CAERD investiu somente R$ 57,00 reais por cliente e gastou, em média, mais de R$ 56.000,00 reais com cada funcionário.

De acordo com a presidente da Caerd, Iacira de Azamor, hoje a companhia não tem como investir em saneamento, pois mais de 80% da receita são gastos com o pagamento dos funcionários e as dívidas já ultrapassam 1 bilhão de reais. Somente o impacto de uma gestão privada pode mudar essa realidade.

“Foi por isso que o governador Confúcio Moura pediu expressamente a inclusão da Caerd no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal”, declarou Iacira em entrevista à imprensa.

O modelo de privatização da CAERD, em estudo, vai definir também a situação dos funcionários da empresa e como o processo de transição será realizado.

Em casos similares, a indicação dos consultores recomenda o remanejamento dos funcionários para outros setores do governo e o aproveitamento dos profissionais pela empresa privada que assumir a gestão.

Definida a modelagem, de comum acordo com o Estado, o BNDES continuará apoiando o processo, desde a prospecção de investidores até a realização do leilão de concessão ou outra forma de parceria com a iniciativa privada.

A ampliação da presença da iniciativa privada no setor, visando à universalização do abastecimento de água e esgoto, possibilitará mudança real na prestação dos serviços no Estado e a melhoria expressiva na qualidade de vida da população. A defasagem de atendimento no setor de saneamento básico em Rondônia exige investimentos vultosos para que as metas sejam alcançadas.

 

R. Albuquerque

Jornalista – Porto Velho

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